12 junho 2020

Secção Almada - Semanas #10 #11 #12 e #13





A minha ausência não se deveu à minha morte, mas quase


Boa noite, caros Pó Calypsicos. Como estão?

Antes de mais, um pedido de desculpas: estive ausente practicamente um mês, mas foi devido a um excesso de trabalho mais que impossível. Tenho estado a trabalhar o dobro de horas por dia, todos os dias (com uma folga semanal, que exigi para não me passar) e para além disso os meus ensaios de teatro voltaram. Tenho agora ensaios três vezes por semana, presenciais, com a distância de segurança possível sempre que conseguimos. Claro que por vezes temos de nos agarrar uns aos outros, mas temos tentado desinfectar-nos frequentemente.

Quando ao Pó Calypso propriamente dito, tenho algumas coisas a dizer, pois tenho continuado a andar bastante de transportes. Para começar, as pessoas não têm a ideia que não se devem sentar ao lado umas das outras e que, sobretudo, não se devem sentar ao meu lado. Existem outros lugares onde se podem sentar ou estar confortavelmente de pé, mas mesmo assim sentam-se ao meu lado, o que me transcende e fascina ao mesmo tempo. Encolho-me toda para junto da janela, de forma à minha coxa coberta de tecido não tocar na coxa da outra pessoa, mas isso apenas faz com que elas abram mais as pernas, num manspreading fabulástico. Quando são homens imagino que tenham testículos gigantescos, como os de um touro de criação, que não cabem entre as pernas. Quando são mulheres imagino que tenham uma pachachona enorme, aberta, dentata e escorrendo fluídos que não permitem que as suas pernas fiquem juntas sem me tocarem.

Relativamente às máscaras, tenho visto novos modos de a usar que são muito interessantes. Alguns exemplos:

  • "Eu tenho máscara, está aqui no bolso!"
  • Máscara pendurada no brinco de argola
  • Máscara pendurada de um lado dos óculos
  • Máscara cobrindo queixo, deixando a boca de fora de forma a poderem conversar
  • Criança com máscara demasiado grande que lhe cobre toda a boca
No entanto, eu própria por vezes falho: hoje, por exemplo, entrei no autocarro convencida que a trazia posta para o condutor gritar comigo e dizer que tinha de a ter. Disse "desculpedesculpedesculpe" certa de duzentas e oito vezes e fiquei muito envergonhada.

De resto, estou a ver um anime mecha, "Argento Soma", de que estou a gostar bastante e vi um slice-of-life sobre uma viagem à Antártida, chamado "Sora Yori mo tooi Basho". Terminei vários livros: "O Elixir da Imortalidade", sobre a família Spinoza ao longo dos tempos (desde o tempo do D. Afonso Henriques, aqui caracterizado como um antipático déspota;, "Cash", uma biografia de Johnny Cash, "Avenida de Roma, Duas da Tarde", um livro de crónicas horroroso; "A Magana da Minha Tia Adelina", um livro de contos que até foi giro; e "Árvores de Fruto", um livro de horticultura que, para meu horror, considera as laranjas como um fruto tropical.

Também continuo a ver o fantástico "Sete Palmos de Terra", que estou a adorar. Tenho sonhado frequentemente com a série, é dessa forma que me está a marcar. Infelizmente, com tantos ensaios até altas horas da noite, mal tenho conseguido vê-la.

Já mencionei que voltei a jogar os Neopets? O meu neopet é a porra de uma nuvem, é muita fofinho. Recomendo a toda a gente que tenha uma nuvem com pés, ou outro bicho semelhante igualmente parvo.

Aqui fica o meu relatório do mês, com o mais sentido pedido de desculpas pela inactividade. Noutra nota, se alguém conhecer um veterinário que queira trabalhar à tarde com bichos queridos, por favor diga-me, que estou em desespero.

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