24 junho 2020

Secção Almada - Semana #14





Temos de voltar ao confinamento, menos eu, que tenho de trabalhar

Confesso que estou imensamente, extremamente, muitomente farta de trabalhar. Preciso com urgência de ajuda e nem recebo nenhum currículo. Diz que os meus colegas querem ir todos para o estrangeiro, onde podem fazer internatos e residências e ganhar 4k de euros por mês, com casa e carro e telefone pagos. Eu cá só queria que se mantivessem aqui na tuga, a apanhar sol e a ir à praia, que isso não há lá nas inglaterras onde pagam bem e quês.

Fora isso, tem estado tudo regular. Tenho tido ensaios em modo hardcore, quase todos os dias, com as regras de distanciamento social e tudo e tudo. Vai ser um teatro muito estranho, em que o público não vai poder conviver no foyer, e vão estar todos de máscara ao longo da peça.

Fora isso, não consigo fazer nada de nada, absolutamente nada, todas as obrigações a que me comprometi são *boca* porque a trabalhar que nem uma desalmada e a ensaiar como uma mula de carga só me sobra tempo para dormir e, de quando em quando, ver um anime, ou um filme. Falando nisso, terminei "Argento Soma" e agora estou a actualizar os semanais, sendo que entretanto terminei "Arte", que foi simpático mas nada de especial, e agora estou encantada a ver "Fruits Basket", um dos animes mais importantes para a minha formação pessoal cujo remake está a sair agora.

Em termos televisivos continuamos com "Sete Palmos de Terra", que é muito emocionante, e ontem apanhámos na televisão o "Predador 2", que foi muito engraçado. Realmente o predador tem cara de vulva. Por livros, estou a ler "Handi-Gang", um livro em francês sobre pessoas com limitações físicas que estão a tentar revolucionar a França por maior acessibilidade.

Supostamente hoje voltamos aqui na área da Grande Lisboa e Vale do Tejo a confinar e a fechar tudo às oito, para minha grande frustração que já andava a sair à noite e que já andava a ir ao café. Da última vez que saí de forma nocturna encontrei vários grupos de jovens inconscientes que se cumprimentavam com beijos molhados e abraços, dizendo "olhó cóvido!" como se fosse algo que não existisse. De certa forma, quase que parece que o coronga foi inventado, porque continuo sem conhecer ninguém que tenha sido apanhado por ele. Fora o dono do restaurante "Galo", que fechou o restaurante porque apanhou o coiso, segundo o papel que está na porta.

Fui jantar com o meu pai mesmo antes deste pós-confinamento. Vai por a minha irmã mais nova na mesma escola onde eu estive, e onde me arruinaram a saúde mental, a auto-confiança e a minha fase de sociabilização, inviabilizando-me permanentemente como ser humano social e normal. Consegui evitar dizer à miúda que nessa escola não pode ter o cabelo cor de rosa. Espero que a expulsem de lá rapidamente. Ninguém merece.

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