28 maio 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #11


O Sol dá Cabo de Mim!

Esta semana foi um pouco diferente, a mãezinha fez anos e, pela primeira vez em mais de 2 meses, entrei na casa dela, só na entrada, e fomos juntas passear. Sem abraços nem beijinhos, de carro e de máscara. Também foi a primeira vez que uma Blythe saiu à rua no Pó Calypso. Não tínhamos um plano, mas já que íamos de carro, pensámos em ver o rio. Ao entrar por Monsanto, lembrei-me que ainda não tínhamos ido ao Panorâmico, mas estava fechado, não por causa do bixo, mas para obras. Acabámos por fazer um passeio de carro algo nostálgico por Monsanto, que era um passeio frequente quando eu era miúda.
Belém é nossa! Gritei eu no largo em frente aos Jerónimos, sem ninguém por perto para olhar-me de soslaio. Já não via Belém tão vazia desde que lá morei em 1983 (passámos em frente ao nosso prédio, as janelas foram substituídas por janelas de uma só folha, ficam sempre estranhas num prédio do inicio do séc.XX), e mesmo assim nunca num dia de Sol! Estivémos um pouco à sombra das oliveiras do CCB, comemos um geladinho, a nova parede de plantas trouxe passarinhos e tornou o CCB menos inóspito, os Pastéis de Belém estavam vazios, mas já só vendem Pastéis. Nos anos 80, até ao fim do século, tinham outros bolos e eram deliciosos. Passava por lá para ir à escola, a semanada permitindo, costumava comprar um para o lanche quase todas as manhãs. Por fim, como não estava mais ninguém à porta senão os seguranças, entrámos na igreja dos Jerónimos! Deviam estar mais umas 3 ou 4 pessoas lá dentro! Mesmo assim, tinham os bancos barrados e não pude avançar muito para tirar a foto à sua magnífica abóbada.

Tenho andado ocupada com o meu plano de mudança de carris, a acabar a cama das moças e entrei num passatempo no feicebuque, o Blythe Runway Challenge, segunda edição. Não pude participar na primeira edição, ainda no Flickr, pois as participações eram limitadas e cheguei demasiado tarde para me inscrever. Foi com o BRC que fiquei a conhecer algumas pessoas de quem acabei por ficar amiga, como a Jaszmade* ou a Woollyrockers. O primeiro desafio é o BlytheAir Challenge e, como já queria fazer uma hospedeira há anos, não páro de fazer coisas. Já fiz o vestido, o chapéu, estou a fazer uma capa, uma mala, um saco e ainda vou fazer umas luvas.
Cá em casa, consegui a proeza de partir 2 tigelas numa semana, a da Wonder Woman (T_T), que vou colar, pois só se partiu em 3, e uma do par de malgas amarelas que comprei por €1 na Almirante Reis.

Com o calor que apareceu é que não dá mesmo vontade nenhuma de sair à rua. Mesmo assim, há que comer e fazer o supermercado, desta vez fui pelo Bairro dos Actores e um bocadinho mais tarde, para fugir à torreira que faz deste lado da Alameda à tarde. As lojas da Guerra Junqueiro, Praça de Londres e Avenida de Roma já estão quase todas abertas se não visse pessoas de máscara na rua, nem perceberia que ainda estamos no Pó Calypso. Por mais que goste do ambiente distópico, ver as coisas como de costume dá uma boa sensação que a vida continua!
Falando em máscaras, decidi criar o:
TOP MÁSCARA DA SEMANA
~ máscara a tapar a nuca ~
Entrei no chinês à procura de uma coisa para a minha hospedeira (que não havia), o alcoól gel do chinês cheira a BA-GA-ÇO! xD O Continente, que continua a ser o supermercado onde vou com maior indisciplina, colocou um dispensador de gel novo, de pé. Engraçado. Lá dentro, os sacripantas levaram os iogurtes naturais todos! snif...
O dia não terminou da melhor forma, com uma altercação com a pita, filha da vizinha do lado, que insiste em fazer sala na entrada do prédio, ficam lá ho-ras! Ficou ofendida quando perguntei se não têm quintal para fazer sala. Enfim, gente bronca e mal educada, que teve um rebento ainda mais bronco e mal educado. Que apanhem o cóvido, já que desconhecem o significado do conceito de distanciamento social.

Acabei de ver a série War of the Worlds, gostei de algumas coisas, mas no geral achei aborrecida. Agora estrearam umas quantas, a ver se quando terminar a cama, volto a ligar o PC à TV, retomo Years and Years e começo a ver The Great, com a brilhante Elle Fanning.

21 maio 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #10


Esta semana foi muito tranquila e rotineira. Nada de extrordinário a relatar, apenas que os CTT voltaram a falhar em grande escala, o meu tecido "Sewing Woes", caro, um pequeno capricho que me dei, pelo qual paguei correio registado, a ser entregue em mão, assinado, foi desplicentemente deixado no meu capacho da entrada, sem sequer se dignar a tocar à porta. Bonito. Por outro lado, o tecido valeu a compra! Só não sei o que fazer com ele, tenho mais ou menos 4 quadrados com o desenho, sou capaz de fazer um furoshiki, pois não tenho suficiente para fazer uma peça de roupa onde se veja a história toda. Digo história, pois trata-se de uma pequena banda-desenhada, em estilo retro, com os desgostos da costura. Simplesmente fabuloso! A qualidade é muito boa. Idealmente, teria ££ suficientes para comprar que chegasse para um vestidinho, mas infelizmente não há orçamento para mais, por isso acho que vou esperar um tempo para ver se me vem alguma inspiração divina.

Dei mais uma demão à cama, espero que a próxima seja a última, o branco é lixado, e finalmente termine esta empreitada. Tive uma ideia gira para máscaras sociais, estou a fazer umas, pouquinhas, para vender.

Continuo a não ver nada de especial na TV e vi na Time In, que deu o Barbarella no fim de Abril e NINGUÉM me avisou! Não é grave, já vi o filme muitas vezes, inclusive no cinema, e tenho em DVD, mas é de certa forma histórico, pois acho que a última vez que o Barbarella tinha dado na TV, foi em 1982, quando também perdi, por não saber que ia dar.

Na ronda da semana, bati de certa forma com o nariz na porta da loja de fotocópias, onde costumo mandar imprimir as minhas coisas. Era previsível e deveria ter telefonado antes de ir. Não foi grave, não tenho pressa e não é assim tão fora de volta. Para a semana trato disso.
A Primavera resolveu desconfinar e estava um calor dos diabos, devia ter levado chapéu. Talvez por isso, senti-me completamente desinspirada quanto às compras, vai ser massa com molho de frasco 2.0 esta semana. O chinês reabriu, pude comprar purpurina vermelha e havia um elástico estreitinho, fantástico para as moças.
A insdisciplina geral quanto às máscaras e distanciamento social continua, a minha preferida do momento, são aquelas pessoas que se aproximam do outro e puxam a máscara para baixo para conversar melhor. Já me cansei de refilar, simplesmente fujo das pessoas.

15 maio 2020

Semana #9 - Secção Almada





E agora, algo completamente diferente!

Então esta semana #9 do isolamento trouxe uma novidade imparável, nunca vista e totalmente imprevisível que passarei a apresentar-vos: em plena pandemia covidiana, fui parar ao hospital!

Acordei a sentir-me com falta de ar e uma dor horrível nos costados. Já tinha acontecido antes, mas desta vez fiquei em pânico: teria covido? Não teria covido? Liguei para a Saúde 24. Atenderam logo. Depois de mil perguntas (será que você está grávida?) encaminharam-me para o Garcia da Orta. Fui sozinha: ninguém me poderia acompanhar nesta viagem ao âmago do funcionamento hospitalar da cidade de Almada. Chegada à triagem, quase morta, fizeram-me de novo mil perguntas (você sofre de ansiedade?). E depois levara-me para a secção dos covidos e fecharam-me numa sala.

Uma sala que não abria por dentro.

Esperei algumas horas, sentada numa cadeira castanha que não tinha nada de confortável. Olhei para o meu telefone. Li o meu livro: "O Elixir da Imortalidade", um livro sobre a história da família Spinoza e sobre a Cabala Judaica. Adormeci um pouco.

Depois vieram buscar-me para fazer um raioxis. Segui em procissão com mais uns velhotes, ainda quase a morrer de falta de ar. Vi os internados das urgências, todos com ar de estarem mais para lá do que para cá, o que não era de admirar. Raixizaram-me com todas as componentes de segurança e higienização. E devolveram-me à sala isolada, onde esperei mais algumas horas.

Foi então que ouvi alguém a gritar.

"Ó FÁXABORI!"

E continuou a gritar até ter morrido, porque de repente se calou.

Finalmente apareceu alguém: vinham tirar-me sangue e fazer o teste do corona. E, devo dizer-vos, caros pós calypsicos, não recomendo o teste do corona a ninguém. O procedimento é simples: colocam-vos um cotonete gigante no nariz e espetam-no cá atrás, no cérebro. Nos dois narizes. Depois na garganta. Dói horrores e não compreendo como na televisão parecem todos felizes a fazer o teste.

De seguida levaram-me para uma salinha isolada, só com uma cortina e uma cadeira, em tudo semelhante às do cacilheiro. E aí aguardei mais umas horas, mas desta vez com uma médica (toda protegida em algo semelhante a um preservativo de astronauta) a dar-me medicação para eu poder respirar e viver.

Conheci vagamente os outros doentes... O senhor Isidro, que esteve o tempo inteiro a tentar fugir. A dona Francisca, que tinha sido abandonada ali pela filha. Histórias um pouco tristes, mas o staff médico e enfermeiro todo bem-disposto e a falar com todos cheios de alegria.

Mandaram-me embora à meia noite e meia. Ainda não sei se tenho corona: se tiver o teste positivo ligam-me até Sábado. Se não, não me ligam. Enfim, por causa disto não posso ir trabalhar, porque tenho de estar em isolamento pelo menos até saber o resultado do teste (ou não o saber e, consequentemente, este ser negativo)

E foi assim a Semana #9 da Secção Almada. Props para o staff do Garcia da Orta, que apesar de me ter feito esperar tempos infinitos até à loucura do isolamento, me tratou de forma excelente e descobriu logo que afinal não tenho cancro: tenho asma.

Te amo... No! Te asmo!

14 maio 2020

Semana #9 - Secção Alameda/Areeiro


Não tenho WiFi na casa de banho

A batcave, sem os beneficios, é um bocado para o comprido e, quando pus banda larga, por consequência WiFi, pus no quarto, onde já estava o outro modem, que é na "ala" oposta à casa de banho. Resumindo, com 2 paredes antigas e grossas pelo meio, não tenho WiFi na casa de banho. Porque é importante? Porque há momentos em que uma pessoa precisa de entreter-se e coisas como revistas ou banda desenhada são o ideal porque podem ser divididos em porções curtas. No Pó Calypso são a única coisa que ando a ler... em papel. Já tinha um Tio Patinhas (na realidade não é um Tio Patinhas, é um Hiper Disney, mas Tio Patinhas é o termo genérico que a minha geração adoptou para banda desenhada da Disney com os patos) quase no fim, e portanto tinha de arranjar mais coisas. Prefiro pequenos formatos, pois não tenho muito onde por revistas sem as estragar e então decidi ler um livrinho que trouxe de Bristol, o Gear Guide, um pequeno guia, publicado originalmente em 1967 (o meu é uma reedição de 2013), das lojas de roupa da Swinging London. O livro é uma pequena delícia retro, com algumas ilustrações, e é realmente um guia detalhado das lojas de Carnaby Street e Kings Road, incluindo detalhes como o tipo de roupa, qualidade e preços. Ainda me lembro de quanto vale 1 Shilling, ainda circulavam nos anos 80, mas 1 Guinea já é demasiado antigo para me lembrar. Ainda tem uma introdução com a contextualização histórica das primeiras boutiques para a gente nova da época. Agora que já acabei o Gear Guide, fui buscar os Diaboliks, BD italiana que colecciono, que queridos amigos, a quem muito agradeço, me trouxeram de Itália no ano passado. Já li dois e estou a começar outro. Dá-me imenso gozo ler aquelas aventuras rocambolescas em italiano e adoro o estilo dos desenhos.

Esta semana andei às voltas com a burrocracia e uns serviços académicos do século passado da ESTC, mas já tenho os documentos que precisava, em formato digital, que é o que realmente importa.
Também tenho andado ocupada com algumas tarefas gráficas no outro computador, vou fazer uns testes a um plano que tenho há algum tempo, se funcionarem, vou por uma nova mini colecção para as Blythes cá fora. Entretanto continuo com a cama, que já só precisa de umas 2 demãos de tinta, e em modo Mod Star Wars. Quando engreno em algo criativo como isto, costumo andar em modo brainstorm constante e estava a fazer-me imensa confusão não ter ideias nenhumas para as poucas personagens principais femininas de Star Wars. Mas entretanto finalmente veio-me uma ideia para a Leia, que já está feita, que cuspiu cá para fora uma Amidala, que também já está pronta. Em progresso ainda estão os droids (R2-D2, BB-8 e D-0) e o Chewie, mas também já ando a cogitar o Han. A Rey, o Kylo e os Stormtroopers é que ainda não surgiram, mas tenho muitos para fazer até lá.
Quero ver se agora mudo um bocadinho de registo e volto a pegar no cosplay da Hokuto. Não é que tenha grande pressa, pois provavemente já só o vou usar no Photoshoot do próximo ano, que os eventos foram cancelados e mesmo que não fossem, não tenho grande vontade de arriscar ir a algum. mas como a máquina de costura pifou e vou costurar pelo menos parte à mão, é melhor ir recomeçando, que a quarentena não dura para sempre.

Continuo a não ligar o PC à TV, mas esta semana a FOX repôs a série War of the Worlds e finalmente comecei a vê-la. Não tinha gravado os primeiros episódios. Também tenho andado a ver a série portuguesa A Espia, Arrow e a rever o MacGyuver. Tenho visto uns filmes na TV, mas nada digno de nota, excepto que a SIC finalmente deu o Contagion, que tinha dado há relativamente pouco tempo, pois foi quando vi o filme a primeira vez. Os paralelismos com o Covid-19 são inevitáveis, mas o governo americano porta-se sempre super bem nos filmes de Hollywood.

Desta vez alarguei a ronda da semana, fui passear, sim, passear, ao Saldanha. Primeiro passei à porta da Junta de Freguesia, pois andavam a pedir caixas de ovos vazias, e bati com o nariz na porta. Foi tudo para a reciclagem. Temos pena. Os correios já estão abertos à tarde, o que é um alívio. Depois de ir ao correio, subi a Alameda do outro lado e fiz o caminho que costumo fazer a pé para ir ao Saldanha: Rovisco Pais, Arco do Cego, Praia da Vitória, Saldanha. Estava fresco e a prometer chuva, quando cheguei à Praia da Vitória começou a chover a sério, já não chegavam a parka (como gosto da minha parka!) e o guarda-chuva, abriguei-me debaixo da mão gigante do Evolution. Aliás, que tempo é este em Maio? Por mais que me saiba bem, não deixa de ser estranho.
Fui à Tiger, acho que a primeira de Lisboa a reabrir, e soube tão bem! Trouxe umas coisinhas que precisava, pauzinhos compridos (para a cama), uma caixa de arrumação (o calçado das moças nunca mais acaba), um tubo de cola de batom, um filtro para o ralo do lava loiça, e outras que não precisava, uns óculos escuros laranja lindos! O Monumental foi todo esventrado, só ficou o esqueleto. Não tenho grande amor por aquele edifício, tinha pelo antigo Monumental, mas fiquei curiosa com a metodologia e dimensão das obras! Desci parte da Avenida da Republica, constatei que o Saldanha e a Avenida da Republica estão muito mais sossegados e ainda está quase tudo fechado, que aqui no Areeiro e Avenida de Roma. Será que é porque mora menos gente por ali? Na zona do Arco do Cego e Bairro do Arco do Cego, também estava tudo um sossego, excepto 1 ou 2 grupinhos de adolescentes (numa razão de 1 para 4 com máscara), mas ao regressar à Avenida de Roma, era a vidinha de sempre e trânsito suficiente para ter de atravessar nos somáforos. A propósito de máscaras, cada vez dou mais razão aos argumentos da Ministra da Saúde para não as recomendar, as pessoas não as sabem usar e, usando, ignoram completamente o distanciamento social. Fui a três supermercados, o Minipreço e o Auchan com controle de entradas, mas no Continente é a lei da selva, entra quem quiser e ninguém respeita o distanciamento, mas desta vez ao menos tinham gel à porta. Encontrei um conhecido na secção dos queijos. Acenámos.
Soube tão bem a chuvinha! As rondas vão passar a ser mais alargadas.

08 maio 2020

Secção Almada - Semanas #7 e #8





Estou em crer que as máscaras cirúrgicas cheiram a cócó

Voltei a andar de transportes. É um alívio. Já terminei um livro sobre o serviço de cardiologia de um hospital na Flórida, chamado "Mulheres de Branco". Até aprendi um novo método de retirar toxinas do sangue. No entanto, hoje esqueci-me da máscara mágica que fiz e a segurança da estação da Fertagus obrigou-me a ir comprar uma nova. E cheirava a cócó.

Os autocarros mudaram os horários e mudaram o sítio onde param. Hoje um senhor gordo, com grandes nádegas peludas saindo da calça de ganga, veio a correr perguntar se o autocarro parava ali. Deixei-o sentar-se, porque parecia prestes a ter uma apoplexia, e expliquei-lhe onde o autocarro parava. Pareceu não compreender. Depois sentou-se à minha frente no transporte e pareceu-me cheirar ainda pior.

Falando em máscaras, gosto muito das pessoas velhotas que a usam debaixo do nariz, para poderem respirar melhor, mas gosto especialmente das pessoas velhotas que a usam dentro do bolso da camisa. Parece que agora, como usamos máscaras, o sentido de distância social desapareceu. As pessoas chegam-se a mim e algumas tocam-me, o que me perturba. Para não sentir o cheiro da máscara passei a andar no trabalho com uma viseira, que ofereceram de um distribuidor de medicamentos. Sinto como se tivesse à frente da cara o vidro de um óculo gigante.

Voltei às aulas de costura, mas não tenho tecidos para fazer partes novas do meu projecto. Estou ansiosa por voltar a Lisboa para ver os tecidos, mas considerando que não posso ficar a fazer sala num sítio qualquer a ver a vista, por outro lado também não me apetece. O que estou ansiosa para fazer realmente é reunir-me com as pessoas que aprecio no meu quintal, que se tem estado lá tão bem com este sol de Maio.

Começamos a ver a série "Sete Palmos de Terra", com 20 anos de atraso. Estou a adorar, é muito divertida e fala da morte, que é um assunto que me interessa.

A minha tosse está todos os dias pior. Ou é corona ou é cancro. Espero que seja corona.

06 maio 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #8


Estou a adorar todas as possíbilidades criativas deste Pó Calypso. Começou com o espanhol a ir por o lixo à rua, vestido com um fato insuflável de Tiranossauro, uma junta de freguesia (já não me lembro qual) a vestir os funcionários (do lixo, entregas e afins) com fatos de super-heróis, a cosplayers a irem às compras em personagem, um moço que conheço usou uma máscara de gás, e por aí em diante. A última foi de um grupo de artistas berlinense, Plastique Fantastique, que criou um capacete-bola transparente, para usar enquanto estiver vigente a proibição de circular nos transportes públicos, sem proteger a boca e o nariz. Parece que de repente, mesmo o português mais conservador e pequenino de pensamento, passou a tolerar "maluquices", nem que seja para descomprimir. Pessoalmente, só não vou às compras em cosplay porque a maioria dos fatos são de alta manutenção e sinceramente não me apetece ter de andar a tratar deles, isto é, desinfectá-los, quando chegar a casa. Já para não falar no desconforto. Aliás, tenho cá três (dois, que entretanto tratei da Non) para limpar e arrumar como deve ser há meses x_x. e também não tenho personagens conhecidas, o impacto não seria o mesmo.

Posso não estar a tratar dos cosplays, mas dei um trato na minha prancheta, fiel companheira e mais velha que eu. Dei-lhe uma lixadela e passei-lhe óleo de cedro. Não está como nova, precisa de uma lixadela maior, mas lá voltarei.

Esta semana voltei ao Lidl, o cappuccino já tinha acabado e dava jeito mais uma ou outra coisa que costumo comprar lá. Apesar de as ruas estarem "business as usual", mas com aparadores de queixo, em vez de máscaras, o Lidl estava mega sossegado, mais ainda que na minha visita anterior.
Mas as pessoas continuam a não cumpir o distanciamento social e, com o aumento da população na rua, os stresses multiplicaram-se. Os mais frequentes continuam a ser: pessoas têm um passeio largo, pessoa A chega-se para a direita porque se vai cruzarr com pessoa B, pessoa B chega-se para a sua esquerda, quase esbarrando com pessoa A. E se se diz alguma coisa, o argumento é eu não estar a usar máscara, na rua (só é obrigatório em espaços fechados e transportes públicos), com passeios largos, onde passam normalmente poucas pessoas x_x Mas também vi bastante mais polícia na rua a fiscalizar a malta.

Aqui em casa pinta-se uma demão de tinta na mini cama Stuva por dia e faz-se roupa de cama. Para já foi só almofada, edredon e respectiva fronha e capa. Tenho de ver tecidos para fazer pelo menos um lençol de baixo. Também ando a costurar umas coisinhas para as moças, às fases (incluindo continuar os vários Mod Star Wars que tenho em progresso). Tenho coisas para fazer no outro PC, provavelmente vou atacar ainda esta semana.
Fiz uma pausa nas séries, pois a cama exigia muito a minha atenção e lixar faz barulho, fiquei-me pelas novelas e pela Rádio Oxigénio (102.6), que tem andado melhor durante o Pó Calypso. Esta semana devo voltar.

Andava a cogitar ir à Baixa e ver o rio, a pé, na próxima sexta, mas entretanto pensei que não vale a pena, metade das lojas onde preciso de ir ainda devem estar fechadas, vou esperar pela próxima fase do "desconfinamento" (que palavra mais ridícula ^_^;). São 3 freguesias de distância, tem de valer a pena!