24 junho 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #15


Here we go again!
Perdoem-me o inglês, mas soa melhor assim. A malta não sabe ser responsável, e, como na escola, por uns, pagam todos. Devia ser como no México, quem não cumpre as normas de segurança, trabalho comunitário! As coisas voltarem a fechar cedo não me chateia muito, mas como agora já é Verão e os dias muito mais longos, dava jeito que não acontecesse. De qualquer forma, todo o esforço de Março e Abril estar a correr o risco de ter sido em vão, por causa de um bando de inconscientes, é indecente. Ah sim, quando voltei a casa, às 19h45, estavam umas 15-20 pessoas à porta da tasca da esquina, que tem capacidade para umas 8 pessoas, mais 6 na esplanada, que ocupa 80% do passeio.

O assunto do racismo já está a esmorecer nas redes sociais, como infelizmente era previsível. Passou para as estátuas, mas mesmo esse também está a esmorecer. Ainda não há novo tópico quente do momento, mas a Desgraça Fonseca agora inventou outro projecto lindo para aliar a cultura ao combate dos incêndios, com o nome infeliz "Não Brinques com o Fogo". RENDIMENTO MÍNIMO PARA TRABALHADORES INDEPENDENTES, JÁ! Eu tive uma "ameaça" de trabalho, mas até agora nada. Entreguei o projecto Top Secret, mas agora pedem-me uns certificados que não sei se vou conseguir arranjar. Amanhã vou tratar disso. Próximo passo: entregar o IRS.

Gosto muito da drogaria do meu bairro. O senhor é muito simpático, os produtos baratos e tem de quase tudo! Foi lá que comprei a Nessie, concha da sopa em forma de monstro de Loch Ness, que deixei passar na Escócia, na loja à beira do Loch; pude sentar-me num banquinho lá dentro e colar a sola das minhas sandálias, com cola de contacto que comprei na loja, aliás compro sempre lá, e hoje comprei sabonete de enxofre, da Confiança. A loja de ferragens e estância de madeira, umas portas ao lado, também é muito boa e tem empregados sempre simpáticos. Comprei novas dobradiças (noutra loja) para o roupeiro, quando encontrar as desaparecidas, hão-de ter uso.

Resolvi algumas questões técnicas do telesperto e computador da minha mãe e voltei para casa sem pão decente, pois distraí-me com a luz e as horas.
TOP MÁSCARA DA SEMANA
~ máscara assimétrica, que revela apenas uma narina ~
Finalmente terminei de ver Sailor Moon Crystal, a última temporada redimiu um bocado a série, gostei muito mais, mas nada bate a original, mesmo com os defeitos que tem. Continuo a ver Majou Chukana Paipai que continuo a adorar! - "Raymondo!" - Agora vou terminar Michiko to Hatchin, que também já tentei retomar outra vez. Regressou Blindspot na TV e parece que no início de Julho volta a última temporada de Agents of S.H.I.E.L.D. Filmes, vi Destination Wedding, com a Winona Ryder e o Keanu Reeves, fase pós grunge, pós Matrix, pós cleptomania, um filme engraçado, muito indie movie, que demonstra por A+B que o Keanu nunca foi mau actor. Também vi dois filmes vintage, Django e Get Carter. Cada um à sua maneira encheu-me as medidas. Os western spaghetti são divertidíssimos e muito mais bem feitos do que lhes dão crédito. Os filmes dos anos 60 e início dos 70, também costumam ter bandas sonoras fantásticas, que só por si fazem os filmes. Get Carter é um thriller muito britânico, com Michael Caine. Vi ontem The Imitation Game, filme que mereceu o hype à sua volta. Gosto desta nova vaga de filmes sobre cientistas "anónimos" que mudaram o modo como o mundo é.

Cenas dos próximos capítulos: será que os portugueses vão atinar? Será que os trabalhadores independentes vão receber algum apoio de jeito? Veja na próxima semana!

Secção Almada - Semana #14





Temos de voltar ao confinamento, menos eu, que tenho de trabalhar

Confesso que estou imensamente, extremamente, muitomente farta de trabalhar. Preciso com urgência de ajuda e nem recebo nenhum currículo. Diz que os meus colegas querem ir todos para o estrangeiro, onde podem fazer internatos e residências e ganhar 4k de euros por mês, com casa e carro e telefone pagos. Eu cá só queria que se mantivessem aqui na tuga, a apanhar sol e a ir à praia, que isso não há lá nas inglaterras onde pagam bem e quês.

Fora isso, tem estado tudo regular. Tenho tido ensaios em modo hardcore, quase todos os dias, com as regras de distanciamento social e tudo e tudo. Vai ser um teatro muito estranho, em que o público não vai poder conviver no foyer, e vão estar todos de máscara ao longo da peça.

Fora isso, não consigo fazer nada de nada, absolutamente nada, todas as obrigações a que me comprometi são *boca* porque a trabalhar que nem uma desalmada e a ensaiar como uma mula de carga só me sobra tempo para dormir e, de quando em quando, ver um anime, ou um filme. Falando nisso, terminei "Argento Soma" e agora estou a actualizar os semanais, sendo que entretanto terminei "Arte", que foi simpático mas nada de especial, e agora estou encantada a ver "Fruits Basket", um dos animes mais importantes para a minha formação pessoal cujo remake está a sair agora.

Em termos televisivos continuamos com "Sete Palmos de Terra", que é muito emocionante, e ontem apanhámos na televisão o "Predador 2", que foi muito engraçado. Realmente o predador tem cara de vulva. Por livros, estou a ler "Handi-Gang", um livro em francês sobre pessoas com limitações físicas que estão a tentar revolucionar a França por maior acessibilidade.

Supostamente hoje voltamos aqui na área da Grande Lisboa e Vale do Tejo a confinar e a fechar tudo às oito, para minha grande frustração que já andava a sair à noite e que já andava a ir ao café. Da última vez que saí de forma nocturna encontrei vários grupos de jovens inconscientes que se cumprimentavam com beijos molhados e abraços, dizendo "olhó cóvido!" como se fosse algo que não existisse. De certa forma, quase que parece que o coronga foi inventado, porque continuo sem conhecer ninguém que tenha sido apanhado por ele. Fora o dono do restaurante "Galo", que fechou o restaurante porque apanhou o coiso, segundo o papel que está na porta.

Fui jantar com o meu pai mesmo antes deste pós-confinamento. Vai por a minha irmã mais nova na mesma escola onde eu estive, e onde me arruinaram a saúde mental, a auto-confiança e a minha fase de sociabilização, inviabilizando-me permanentemente como ser humano social e normal. Consegui evitar dizer à miúda que nessa escola não pode ter o cabelo cor de rosa. Espero que a expulsem de lá rapidamente. Ninguém merece.

18 junho 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #14


Alarguei Horizontes

Esta semana foi parecida com as anteriores, umas costuras aqui e ali, coisas em desenho vectorial, excepto o último dia, onde várias coisas aconteceram.
A primeira foi a reinstituição do almoço semanal em casa da mãezinha, ainda sem abraços nem beijinhos, descalça à porta e com ida imediata a lavar as mãos. Soube bem e ela fica toda contente.

A segunda foi que desta vez caminhei até mais longe, fui finalmente à Gulbenkian. As ruas das Avenidas novas estavam sossegadas, como aliás é costume, a Avenida da República tinha bastante mais trânsito que da última vez que lá estive, quando quase se podia caminhar à vontade pelo meio do asfalto, mas mesmo assim consideravelmente menos que o habitual. As lojas e as pessoas é que, fora as máscaras, pareciam quase normais. Na Gulbenkian (e aliás noutros jardins e largos ajardinados) parecia que Lisboa inteira descobriu de repente para que servem os jardins! Raramente vi lá tanta gente, nem ao fim de semana. Sobretudo crianças pequenas a guinchar... céus! Que saudades da Gulbenkian dos anos 70 e 80, quando não se via vivalma durante a semana. É provavelmente coisa que nunca mais hei-de ver. Mas fotografei as tartarugas a fazer semi-arabesques, os patos e as carpas gigantes. O anfiteatro infelizmente estava barrado. É pena, pois se não estivesse, talvez as pessoas estivessem mais espaçadas. Próximo passo: Baixa e, quem sabe, andar de transportes públicos.

A terceira é que apareceu um trabalho com que já não contava muito, por causa do covido, e a quarta é que, fora uma última revisão, tenho o projecto top secret pronto a entregar. Torçam por mim!
TOP MÁSCARA DA SEMANA
~ máscara presa, qual condecoração,
entre o botão e a casa do segundo botão de uma camisa ~
Na TV terminei de ver os filmes de Jerry Lewis, soube bem, e comecei a ver uma série tokusatsu mahou shoujo, no canal de tokusatsus da TOEI no YouTube, Mahou Shoujo Chukana Paipai. -- "Raymondo!" -- Delicioso! Também vi mais dois episódios de Sailormoon Crystal. A ver se termino logo a série, pois talvez deixe de ter tanto tempo livre e não quero interromper outra vez.
Também voltei a pegar devagarinho no cosplay da Lum, usei numa ganga rija que me deram, como nova entretela do obi e quero corrigir o colarinho da yukata, que graças a um tutorial recente e muito bom de como fazer um kimono em casa, esclareci algumas pequenas mas muito importantes dúvidas existenciais acerca da sua construção. Coisas que nunca estão explicadas em lado nenhum, graças à mania dos japoneses não registarem nada. Sou capaz de também fazer o juban e, quem sabe, o obi-ita. Tenho de ir ver aos tais tecidos que me deram o ano passado, se há lá algum que seja bom para isso, o polipropileno já tenho.

12 junho 2020

Secção Almada - Semanas #10 #11 #12 e #13





A minha ausência não se deveu à minha morte, mas quase


Boa noite, caros Pó Calypsicos. Como estão?

Antes de mais, um pedido de desculpas: estive ausente practicamente um mês, mas foi devido a um excesso de trabalho mais que impossível. Tenho estado a trabalhar o dobro de horas por dia, todos os dias (com uma folga semanal, que exigi para não me passar) e para além disso os meus ensaios de teatro voltaram. Tenho agora ensaios três vezes por semana, presenciais, com a distância de segurança possível sempre que conseguimos. Claro que por vezes temos de nos agarrar uns aos outros, mas temos tentado desinfectar-nos frequentemente.

Quando ao Pó Calypso propriamente dito, tenho algumas coisas a dizer, pois tenho continuado a andar bastante de transportes. Para começar, as pessoas não têm a ideia que não se devem sentar ao lado umas das outras e que, sobretudo, não se devem sentar ao meu lado. Existem outros lugares onde se podem sentar ou estar confortavelmente de pé, mas mesmo assim sentam-se ao meu lado, o que me transcende e fascina ao mesmo tempo. Encolho-me toda para junto da janela, de forma à minha coxa coberta de tecido não tocar na coxa da outra pessoa, mas isso apenas faz com que elas abram mais as pernas, num manspreading fabulástico. Quando são homens imagino que tenham testículos gigantescos, como os de um touro de criação, que não cabem entre as pernas. Quando são mulheres imagino que tenham uma pachachona enorme, aberta, dentata e escorrendo fluídos que não permitem que as suas pernas fiquem juntas sem me tocarem.

Relativamente às máscaras, tenho visto novos modos de a usar que são muito interessantes. Alguns exemplos:

  • "Eu tenho máscara, está aqui no bolso!"
  • Máscara pendurada no brinco de argola
  • Máscara pendurada de um lado dos óculos
  • Máscara cobrindo queixo, deixando a boca de fora de forma a poderem conversar
  • Criança com máscara demasiado grande que lhe cobre toda a boca
No entanto, eu própria por vezes falho: hoje, por exemplo, entrei no autocarro convencida que a trazia posta para o condutor gritar comigo e dizer que tinha de a ter. Disse "desculpedesculpedesculpe" certa de duzentas e oito vezes e fiquei muito envergonhada.

De resto, estou a ver um anime mecha, "Argento Soma", de que estou a gostar bastante e vi um slice-of-life sobre uma viagem à Antártida, chamado "Sora Yori mo tooi Basho". Terminei vários livros: "O Elixir da Imortalidade", sobre a família Spinoza ao longo dos tempos (desde o tempo do D. Afonso Henriques, aqui caracterizado como um antipático déspota;, "Cash", uma biografia de Johnny Cash, "Avenida de Roma, Duas da Tarde", um livro de crónicas horroroso; "A Magana da Minha Tia Adelina", um livro de contos que até foi giro; e "Árvores de Fruto", um livro de horticultura que, para meu horror, considera as laranjas como um fruto tropical.

Também continuo a ver o fantástico "Sete Palmos de Terra", que estou a adorar. Tenho sonhado frequentemente com a série, é dessa forma que me está a marcar. Infelizmente, com tantos ensaios até altas horas da noite, mal tenho conseguido vê-la.

Já mencionei que voltei a jogar os Neopets? O meu neopet é a porra de uma nuvem, é muita fofinho. Recomendo a toda a gente que tenha uma nuvem com pés, ou outro bicho semelhante igualmente parvo.

Aqui fica o meu relatório do mês, com o mais sentido pedido de desculpas pela inactividade. Noutra nota, se alguém conhecer um veterinário que queira trabalhar à tarde com bichos queridos, por favor diga-me, que estou em desespero.

11 junho 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #13


Esta semana passei entre mentalizar-me para o calor, a ter um pequeno acesso de nostalgia pela BlytheCon Europe e a minha viagem ao Porto há um ano, e a trabalhar no projecto Top Secret. Gosto muito do Freehand, mas o PC, vulgo chaleira, onde está instalado, não tem muita memória e tem tendência a não gostar de ficheiros pesados. Quando me faltava um bocadinho assim, eram só mais umas 3, 4 horas de trabalho, o ficheiro morreu. Tive de recomeçar e fazer algumas coisas com menos resolução para não voltar a acontecer. Mas de resto está tudo a correr bem.

Hoje, como era feriado, as ruas estavam sossegadas como no Estado de Emergência. Mais ou menos. A malta da sueca voltou e havia muito mais ajuntamentos, apesar de menos que nas últimas 2 semanas. Foi tudo levar o covido lisboeta para o Allgarve. A propósito da cidade vazia e do turismo, parece que agora as coisas em Alfama estão mal paradas. Só espero que isto dê origem a leis para controlo do alojamento local e das rendas em geral, os preços das casas em Lisboa parecem os das cerejas este ano.
Falando em cerejas, ando a começar a ter dúvidas de lhes ferrar o dente este ano. Estamos a meio de Junho e estão a cerca de €5/kg no Minipreço e €10/kg no Continente! Nunca as tinha visto a €10 e a €5-6 costuma ser em Maio, quando aparecem. Pelo menos ainda há morangos nacionais bonzinhos e ainda tenho fé nos pêssegos de roer.
Pensei em ir à Gulbenkian dar uma voltinha, mas a falta de vontade de sair de casa, o calor e outras coisas que me tiram a energia, fizeram com que só desse a volta do costume.
Esta semana vou fazer uma coisa que só faço uns 2 em 2 anos: "hambúrgueres porcaria". Basicamente são hambúgueres com tudo, que só fazem porcaria quando uma pessoa os vai comer. Deu-me vontade.
O gel desinfectante do chinês continua a cheirar a bagaço, hahahaha!
TOP MÁSCARA DA SEMANA
~ uma moça novinha, com uma máscara de pregas, impecavelmente passada a ferro, com as dobras todas vincadas, fechadas, um vinco vertical a meio, que lhe deixava o nariz todo à mostra ~
Continuo a ver os filmes de Jerry Lewis, agora estreou a 4ª temporada de Blindspot e, como já acabei a cama, vou tentar reinstaurar o PC na TV (tinha a ver com a logística do espaço e a incompatibilidade da atenção que a cama exigia) e terminar Years and Years e Sailor Moon Crystal. Sou capaz de rever o Gone With the Wind, nem que seja por pirraça à HBO.

06 junho 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #12


Ao chegar à 12ª semana e a ver a vida nas ruas a voltar praticamente ao normal, pergunto-me se valerá a pena continuar estas crónicas. As coisas podem já não parecer tão negras, mas o bixo é invisível e os casos aumentaram bastante em Lisboa. Enquanto não me sentir segura e tiver vontade e tempo, a Secção Alameda/Areeiro vai continuar.

Esta semana fui ao Aldi de Telheiras, de carro, com a mãezinha, e atravessei a fronteira de Arroios. No Aldi, como no Continente na semana passada, havia uma estranha ausência de iogurtes gregos naturais. Só havia com frutas ou açucarado em baldes. Nada de Buttermilch. A minha teoria é, até porque o atum também estava em falta no Minipreço, quando houve o assalto aos supermercados, uma, duas semanas depois esses produtos com muita procura voltaram, mas como durante a quarentena a produção deve ter diminuído, agora é que as faltas começam a notar-se.
Em Arroios, muito mais que no Areeiro chunga, nem parece que deveríamos agir com precaução e vejo muito poucas máscaras, sem ser tapa-queixos. Falando em máscaras:
TOP MÁSCARA DA SEMANA
~ máscara tipo pulseira no bíceps ~
~ híbrido entre pála e máscara, que aparentemente não protege grande coisa ~
Cá por casa tenho andado ocupada com 3 coisas: com o plano Top Secret, a acabar umas máscaras para vender e com o primeiro desafio do Blythe Runway challenge. As máscaras estão quase prontas, 3 das 6 peças do BRC estão prontas e o Top Secret será entregue em breve. Em Julho poderá ser revelado. Ah, e pela primeira vez mexi num cosplay a precisar de atenção, aproveitei um pedaço de ganga rija que me deram, para usar como entretela para o obi da minha Lum. sou capaz de acabar de embainhar a yukata a seguir. Se faço o juban e o obi-ita a seguir, logo se vê. Os materiais estão cá. A cama IKEA está pronta, mas não sei onde enfiei as dobradiças das portas do roupeiro, a Mod Amidala e Leia já estão fotografadas.

E estão a dar uma série de filmes do Jerry Lewis na FOX Movies. Sempre lhe achei piada e agora, revendo os filmes ao fim de uns bons 20 anos, percebo como eram mais bem feitos do que lhes dão crédito. Até guarda roupa por Edith Head têm. O filme Geisha Boy, ao contrário do que o título indica, não entra em nenhum dos clichés depreciativos acerca do Japão. Pelo contrário, nesse sentido, consegue ser muito superior a um Memoirs of a Geisha, pois os actores orientais são todos japoneses ou descendentes, os kimonos todos genuínos e o kitsuke perfeito. Se tivermos em conta que um foi feito pelo studio system, no auge da segregação nos EUA e da ocupação militar no Japão (é sobre isso) e o outro já neste século, por um realizador mais ou menos independente, parece-me que houve um retrocesso hollywoodesco.

O mundo parece ter se cansado do Pó Calypso, e as reacções às suas consequências começam a sentir-se. Destacam-se dois movimentos, o #pelopresenteefuturodaculturaemportugal, contra a trapalhice e falta de medidas de apoio do nosso governo em relação a um problema bem antigo e que me afecta directamente, dos intermitentes da cultura; e o #blacklivesmatter, resultante de um último acto de violência policial nos Estados Unidos, que resultou na morte injusta de George Floyd. O primeiro tem gerado alguma discussão e manifestações por parte dos meus colegas da cultura, e espero que não caia mais uma vez em saco roto. O segundo é muito complexo, obriga a uma reeducação das sociedades pan-europeias e ex-colonizadoras, cujo bullying millenial online não me parce ser eficaz. Sou 100% a favor da causa, mas acho a abordagem de barafustar até sermos ouvidos, imatura e ineficaz. Digo isto porque já agi assim e nunca me levou a lado nenhum. Seria muito bom que as massas ouvissem, raciocinassem, para além de barafustar. Veremos o que acontece daqui por diante, mas acho que as moscas apanham-se com mel e não com vinagre.

Há um ano estava a caminho do Porto.