25 julho 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #19


Cacilheiro
No fim da semana passada atravessei o rio e fui à Secção de Almada ver uma peça de teatro onde participa a minha colega bloguista do Pó Calypso. Porque é a caminho, resolvi sair cedo de casa e dar uma volta na Baixa e espreitar algumas lojas. Acabou por ser um passeio um pouco frustrante, pois a maioria das lojas está a fechar às 18h, o que remonta ao pior da Baixa nos anos 80, quando muitas lojas fechavam a essa hora e à hora do almoço, tornando a Baixa um local desértico e inseguro a partir do pôr-do-sol. As excepções foram a Pollux, onde queria ver as formas de muffins em silicone, pois a minha está a morrer, mas é tudo demasiado pequeno, para cupcakes e eu não sou hipster, não faço nem consumo cupcakes. Vou ter de continuar a procurar. A Tiger também estava aberta mas, milagre dos milagres!, saí de lá sem comprar nada (os snacks não contam). Também consegui ir à Ouro Têxteis e à Feira dos Tecidos. Na Ouro Têxteis queria ver alguns dos algodões estampados, mas com a indecisão acabei por não comprar nada, na Feira dos Tecidos não vi nada de interessante a bons preços. Portanto foi uma ida à Baixa sem compras, o que não deixa de ser inusitado. Comprei umas coisinhas no Martim Moniz, mas nada de especial (ando à procura de fivelas em metal para a minha Lonesome Cowgirl do BRC - tenho de ir ao chinês da Av. de Roma).
Depois de comer qualquer coisa, fui a pé pela beira-rio até ao Cais do Sodré, onde o sossego está a desaparecer lentamente, cruzei-me com imensos turistas italianos.
Apesar de chegar cedo à estação dos barcos, devia ter visto o horário antes, pois acabei por esperar 20 minutos e chegar em cima da hora, sem muito tempo para desfrutar de Almada. Felizmente tinha o Sr. Conrad comigo e o Marlowe encontrou o Kurtz. Achei a viagem tranquila, as pessoas respeitaram a distância, no Metro de Almada também, mas com alguns narizes fora da máscara.

A peça, Assembleia, era engraçada, gostei mais do que da anterior que vi, gostei particularmente da pequena história atribuída à minha amiga. Foi uma experiência revigorante, com todo um novo ritual para entrar, pena que não deu para copos pós peça e o teatro ter a ventilação, com este calor dos infernos, desligada. Tinha a minha ventoínha, mas não queria ligá-la sempre, pois a bateria não dura muito mais que uma hora e faz algum ruído. Tinha de ligá-la sempre que os actores faziam mais barulho.

Esta semana tive uma pequena folga de trabalho, já tenho mais, aproveitei o calor dos infernos e a pausa para finalmente passar um paninho húmido com sabão no vestido de veludo da Yuuko, que, por causa do pêlo e não só, não pode ir à máquina. Penteei bem a peruca, passei o ferro de alisar e guardei-a bem tratadinha. Também voltei às costuras, acabei 3 máscaras - já tenho um bom arsenal para quando trabalhar fora de casa -, fiz mais uma em ganga e já tenho a Lonesome Cowgirl quase acabada. Ando a pensar em como fazer as fotos, acho que desta vez vou fazê-las num jardim aqui perto, ou na Alameda, com o pôr-do-sol como fundo.

Na semana passada acabei por esquecer-me de dizer que revi o My Own Private Idaho, que é um filme muito importante para mim, e que ficou a macerar na minha cabeça por uns bons dias. Que desperdício tão grande a morte de River Phoenix. Acho que é neste filme onde gosto mais dele! E depois, Henrique IV, Shakespeare, Keanu, um filme tão sublime!

17 julho 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #18

ainda há esperança para a humanidade...

Ui, que calooor!

Detesto calor, detesto o Verão, usar máscara com o calor custa muito mais! Esta semana chegou uma vaga de calor que me deixou KO. Mesmo assim fui almoçar com a minha mãe à IKEA, e provavelmente será dos sítios mais seguros para almoçar fora, nestes tempos pó calypticos. Para além do controlo de número de clientes, profusão de gel desinfectante por todo o lado, a eliminação do self-service e nós também nos termos prevenido - fomos cedo e à de Loures, que é mais civilizada - contribuiram para uma ingestão de almôndegas em sossego.
Mas na loja, dos clientes, já não se pode dizer o mesmo. A IKEA continua a ser a Disneylândia, continua a haver uma percentagem alta de pessoas que vão lá passear com bebés e, apesar das várias recomendações de distanciamento social, seguir os pecursos assinalados, etc. etc. etc.  fomos várias vezes abalroadas por grupetas de gente que, apesar de a loja estar bastante vazia, tinham de passar encostadinhas a nós. PacMan! Eu, que não tinha objectivo de comprar lá nada, acabei por sair de lá com uma panela e duas frigideiras, para substituir as minhas, já moribundas, e não ultrapassei os €20! O gel na IKEA cheira mal, mas não cheira a bagaço nem a álcool.
Mental note: não voltar a comprar o gaspacho do Lidl... não tem tempero :(
Apercebi-me agora, foi a primeira vez que saí do concelho de Lisboa desde o início do Pó Calypso! No caminho reparei que construíram uma ponte ciclo pedonal em madeira lindíssima na Calçada de Carriche, a coisa mais bonita naquela rua!

Por casa, o trabalho continua a revezar-se, só tenho visto as séries do costume e retomei o Naruto (Shippuuden), via SIC Radical, mas aquilo dobrado em português é estranho, dattebayo! - PORQUÊ!? Também vi o Fistful of Dollars, com o Clint Eastwood. Estou a ter um novo gozo em ver western spaghetti. Estava à espera de, com a morte de Ennio Morricone, aparecerem uns quantos nos canais de cabo, mas nem por isso. Ah, e ando viciada nos canais de YouTube Adam Savage's Tested e Bernardette Banner.

Esta semana não tenho Top Máscara, mas tenho visto muitos, demasiados, narizes de fora. Ah, terminei a máscara gato-vampiro e outra com o resto tigrado da yukata da Lum. Só falta acabar a de mar e tenho já uma boa colecção que me permite trabalhar fora de casa, quando se der a ocasião. Quero comprar uma caixa de madeira no chinês para as pôr, a que tenho é pequena.

10 julho 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #17


Vi o meu pai e comi sardinhas!
Ao fim de 17/18 semanas, finalmente estive com o meu pai. Ele veio buscar-me de carro, pois ir a casa dele implica apanhar 2 linhas de metro ou um autocarro, para uma zona que tem tido muitos passageiros. O bairro onde ele mora, onde morei na minha infância, é bastante tranquilo, mas chegar até lá pode não ser e, por causa da idade dele, não quero arriscar, já é risco suficiente eu estar com ele.
Estes novos comportamentos sociais não são fáceis de gerir, sobretudo quando a cidade não está devidamente preparada. Infelizmente há quem tenha de apanhar esses transportes todos os dias, mas também por essas pessoas, prefiro não ser mais uma, já que é coisa que não TENHO de fazer.
Percorremos todos os restaurantes nas imediações, a escolher o que almoçar, o polvo à lagareiro infelizmente tinha acabado de esgotar, mas havia sardinhas assadas e não estavam más. Pelo menos soube bem. Também fomos à velha mercearia do bairro, o Tó Zé, que achei super decadente, com as prateleiras meio vazias, mal conservado, e, apesar de ter gelados da Olá, o nosso objectivo era uma sobremesa, não tinha embalagens de litro. Lembro-me do Tó Zé sempre bem aprovisionado, quase com os produtos a transbordar para a rua, tive alguma pena de ver a mercearia com um ar tão deprimente.
Ao deixar-me perto de casa, aproveitei para ir comprar umas coisinhas que se tinham acabado ao outro bairro vizinho, na realidade o bairro vizinho mais próximo, a Picheleira/Olaias, que já pertence à freguesia do Beato. Outro bairro onde pouca diferença notei nas pessoas, mas não permaneci muito tempo.

Por casa tenho andado ocupada com trabalho, mas vou infiltrando uma ou outra tarefa, como finalmente tratar da peruca da Yuuko, a precisar de cuidados desde Fevereiro. Já está toda penteadinha e levou com o ferro. Aproveitei para dar um jeitinho com o ferro às pontas espetadas da peruca nova da Hokuto, que ficou bem melhor. O próximo vai ser o vestido de veludo, que não pode ir à máquina, eu estava à espera do calor, para lavar à mão as partes que se sujam mais. Tenho feito limpeza superficial, com dodots, etc. sempre que o uso, mas agora já fede >_<

Na TV, vi o filme Atomic Blonde, um filme de espionagem no finzinho da Guerra Fria, passado em Berlim, em 1989, e gostei mais do que estava à espera. Passados 2 episódios, estou a gostar de Good Girls Revolt, Agents of S.H.I.E.L.D. deu uma reviravolta interessante e as outras séries que estou a ver não valem ser mencionadas., excepto o MacGyver, que está a ser uma experiência interessante. Nada de anime, não tenho tido tempo.

02 julho 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #16


Andei de metro, fui à Baixa
A Secção Almada veio ter à Secção Alameda/Areeiro e ambas fomos a pé até à secção da Baixa. Descemos a Almirante Reis, coisa que gosto de fazer regularmente, mas não notei grande diferença do antes e depois do bixo, fora pessoas de máscara e gel extra nas lojas. A propósito de máscara, nos Anjos, perto da igreja, é costume andarem sem-abrigo, hoje não foi diferente, mas é mais um problema desta sociedade que veio à tona com a pandemia,. No mínimo as instituições que os ajudam deviam reforçar a distribuição de máscaras, quase nenhum as tinha limpas e andar de máscara ou não, nessas circunstâncias, dá no mesmo. Claro que há muito mais a fazer, mas isto parece-me básico.
TOP MÁSCARA DA SEMANA
~ queremos distribuição de máscaras regular para os sem-abrigo! ~
Na Baixa já senti diferenças. Quando cruzámos aquele limiar entre o Martim Moniz e a Praça da Figueira, parecia estar de volta aos anos 90, bastante menos pessoas na rua, só reparei num TukTuk, e 4 ou 5 turistas. Encontrei uma conhecida na Rua Augusta e reconheci-a pelos óculos escuros giros que arranjou recentemente e mostrou nas redes sociais. Se a Rua Augusta não tivesse esplanadas e ainda existissem algumas das lojas antigas, como a Casa Africana, a Casa Batalha ou a loja das revistas de crochet, acharia que realmente estava nos anos 90.
Estava calor e as minhas pernas já não estão habituadas a mexerem-se tanto. A Feira dos Tecidos tinha muito mais algodões que o costume. Deve ser por causa das máscaras.
Bebemos um belíssimo suminho de abacaxi com gengibre e hortelã, que soube maravilhosamente bem. Pusémos a conversa em dia e separámo-nos no Cais do Sodré.
Apesar de já serem umas 6 da tarde, o metro, felizmente não estava muito cheio. Andei numa carruagem com assentos de cortiça (muito mais higiénicos que os de alcatifa) e as pessoas mantiveram a distância social.

O Projecto Top Secret ainda está de pé e entreguei o IRS, como de costume, no último dia, mas também já está tudo despachado. Como pingou um trabalhinho, tenho estado ocupada. Devo terminá-lo amanhã. Publiquei as fotos do Blythe Runway Challenge (2ª edição) de Junho, cujo tema era Blythe Air, por estarmos todos impedidos de viajar. Como um traje completo de hospedeira (eu sei que agora se chama assistente de bordo, mas optei por um estilo retro) estava na minha lista de coisas a fazer há tempo, alarguei-me e fiz uma série de coisas: um vestido, chapéu, capa, luvas, saco, mala, lenço e brincos. Estou mortinha por saber qual será o tema de Julho!

Aqui na Secção Alameda/Areeiro, a vida continua como de costume, almoço em casa da mamã. Na loja das bebidas ainda é Natal, com direito a árvore cintilante e tudo. Tempos estranhos estes...

Na TV começou a dar a série Good Girls Revolt, que me chamou a atenção pelo guarda roupa do fim dos anos 60, início dos 70 e por incluir entre as personagens, Nora Ephron, que ficou conhecida como argumentista nos anos 80 e 90, de comédias românticas como When Harry Met Sally ou Sleepless in Seattle. A série é sobre a redacção de uma revista e a disparidade entre homens e mulheres. Não desgostei. Também vi uns filmes, How I Live Now, com Saoirse Ronan, cujo cartaz me lembro de ver nos autocarros em Edimburgo, em 2013, que se revelou muito mais interessante (e apocalíptico) do que os cartazes e o título fazem acreditar.