20 setembro 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #27


Turbilhão

Mal tive tempo para ressacar dos festivais e já estava a ser atirada para um caos covidico-universitário. Tivemos uma primeira aula de apresentação por Zoom, pela directora do curso e o reitor da faculdade e, resumindo, por causa das instalações serem relativamente pequenas e antiquadas, o edifício é do séc.XIII, dividiram as turmas da licenciatura e mestrado pelas diversas salas e nós, do doutoramento, que somos menos, ficámos com o que sobrou e ainda não está tudo definido. Em cima disso, passei uma tarde inteira a preencher uma série de formulários, a maioria muito pouco intuitivos, espero ter preenchido tudo como deve ser... Espero também que em Outubro já haja alguma consistência até para poder tentar arranjar um trabalho, e que tenha o cartão de estudante para aproveitar os descontos. Para já vou tentar ir ao máximo de aulas presenciais possível e esperar que corra tudo bem.

Entretanto estive a ajudar numa mudança de casa, coisa que nunca é fácil para mim, e, com a idade e a inércia covídica, vai ficando também fisicamente mais cansativo. Mas está quase tudo feito, agora também tenho mais disponibilidade para ajudar e as novas instalações são muito simpáticas.

O tempo também já está a colaborar e chegou uma chuvinha outonal, mesmo que com uma temperatura ainda alta, que é muito bem-vinda! Espero receber logo, preciso de arranjar sapatos e algumas peças de roupa básicas.

Na TV terminei de ver os The Durrells, que é daquelas séries que vou ter pena de ter terminado. Como brinde, a BBC produziu um pequeno documentário a contar o que lhes aconteceu depois dos tempos em Corfu, grande parte da informação já sabia, mas foi bom ver com imagens associadas.

15 setembro 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #26

The Horror!
Um dia de pausa entre festivais, que acabou por ser 2 em parte por distracção, fez com que não me preparasse convenientemente para a maratona que é o MOTELx. Felizmente tinha ingredientes em casa para fazer salada de feijão frade com atum, que serão os meus jantares, ou parte deles. Os almoços estavam mais ou menos controlados, mas vou ter de fazer compras às mijinhas antes de ir para o São Jorge.
Apesar de o IndieLisboa ter corrido com imensa tranquilidade, o MOTELx está a deixar-me ansiosa. Aquelas multidões habituais não são nada bem-vindas, e não saber se vou ter bilhetes ou não poder escolher o lugar, são pequenas coisas que agora não posso controlar, as quais me fazem sofrer por antecipação. Como no ano passado, vou tentar tirar o melhor proveito possível do festival e conviver com algumas das minhas pessoas preferidas <3

O MOTELx 2020  terminou. Foi bastante divertido e, como previa, a melhor parte foi poder ver caras amigas após meses (tantas saudades!), e ainda apanhei uma barrigada de filmes. Foi a primeira vez desde Março que entrei numa sala de cinema (a última terá sido no CinePop?) e senti-me muito mais segura nas salas do São Jorge e imediações que nos 20 e tal minutos de percurso de Metro, que inclui uma mudança de linha. A propósito de Metro, parabéns ao DJ de serviço, numa só semana reparei em canções dos Joy Division, Rock the Casbah, dos Clash e Franz Ferdinand! Nunca pensei! E a máscara tem as suas vantagens, podemos trautear as músicas com mais descrição :D À noitinha os grilos embalaram os meus regressos a casa, que variaram entre ir a pé, até ter boleia.

Este ano, por causa das medidas sanitárias, não houve praticamente decoração nenhuma no MOTELx e senti falta do lounge no estacionamento. Nesse local instalaram umas barraquinhas a vender merchandise oficial do MOTELx e livros, mas tentei não olhar muito para lá, o orçamento está pequenino, pequenino. Mas, entre as casinhas, os arbustos, a guirlanda de luzes e as letras iluminadas a dizer MOTELX, parecia mais uma feira de Natal antecipada (I cannot unsee! XD). Quanto a filmes, para além de alguns clássicos, que aproveitei para ver em sala, cada vez há menos filmes mesmo assustadores e os estilos que gosto mais, sobrenatural, filmes de sugestão ou ultra kitsch, eram poucos este ano. Gostei imenso do brasileiro Macabro, dos que vi foi mesmo o melhor de todos, gostei bastante do Relic e ainda vi mais uns quantos decentes, mas que não me entusiasmaram. Maus filmes não vi nenhum. Bom, talvez o Grizzly II, mas sempre deu para rir de vez em quando e era curtinho.
Houve dois temas mais ou menos transversais: casas e intrusos. Três filmes com o título "intruso", uma longa vintage (do Corman), um recente e uma curta portuguesa. Os das casas eram o Relic, o Amulet e o People Under the Stairs. Talvez houvesse mais, mas não me consigo desdobrar em duas e este ano quase não vi sessões antes das 18h.

Neste interregno, andei a stressar por causa do início das aulas, não havia informação nenhuma para além do início oficial a dia 15, mas já tive notícias da faculdade, a primeira aula será em Zoom e já instalei a cena. A vantagem é que posso estar descalça, estou com as sandálias todas a morrer...

Vi pouca coisa na TV, mas vi o filme Black Panther, não é mau, é muito bonito, a história é boa, tem bons actores, mas também não achei nada de surpreendente. E comecei a ver a 4ª e última temporada dos The Durrells. Tenho de arranjar os livros do Gerald e ler a Trilogia de Corfu como deve ser.

08 setembro 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #25


Civismo
Na semana em que uma série de gente conservadora assinou um manifesto contra as aulas de Cidadania nas escolas -- choque! tenho 90% de certeza que um deles foi meu colega na primária! -- concretamente para a possibilidade de objecção de consciência para as mesmas, constato, nas minhas idas e vindas para o trabalho e pontuais passeios pelo centro da cidade, que essas aulas fazem muito mais falta do que parece. As constantes faltas de respeito e de civismo com que me tenho deparado diariamente nos transportes públicos, nas ruas e nos acessos ao meu local de trabalho são chocantes. Mais ainda à luz de todas as novas regras de socialização impostas pela pandemia. Também detesto andar de máscara, sobretudo com esta caloraça, mas tentei tirar partido disso, fiz as minhas máscaras, coloridas, divertidas, e uso-as sempre que necessário. Detesto não poder abraçar os meus amigos, de quem tenho imensas saudades, mas fico contente por não ter gente colada a mim no metro. Mas... continua a haver pequenos incidentes, que noutras circunstâncias ninguém daria importância (eu dava, mas sou esquisita), mas que se uma pessoa chama a atenção para elas, sei lá, má colocação da máscara, sentarem-se ao nosso lado, quando há lugares vazios nos transportes, encontrões, etc. anda por aí muita flor de estufa ofendida e nós é que somos as aves raras x_x
E já reabriu o átrio Norte da estação do Areeiro, há cerca de uma semana, mas só o estreei nesta. Está bonitinho e mantiveram os azulejos da Maria Keil. Mas questiono sempre o uso de um material tão liso e polido como o liós nas escadas. Ao menos as tiras reflectoras podiam ser de um material com mais atrito.

No trabalho tudo tranquilo e um pó calypso controlado. Álcool gel por todo o lado, uso de máscaras nas áreas interiores, respeito geral pelas regras de higiene e segurança. O trabalho tem-se desenrolado com imensa calma e nada da adrenalina e stress típicos. Mas sair de casa todos os dias custou um bocado, fisicamente ao início, devido à inércia dos últimos meses e o calor insuportável. Agora, que o meu corpo já está a habituar-se à rotina, veio o cansaço mental, já só quero estar fechada em casa. Pelos vistos a interacção social também precisa de exercício, senão torna-se mais cansativa. Mas, por outro lado, estou muito contente por finalmente encontrar muitos dos meus, amigos para a semana no MOTELx!
Tenho andado a stressar com as coisas da faculdade, não está quase nenhuma informação online, os formulários da área do aluno são pouco claros e, ao fim de 5 dias, ainda não me responderam ao email a pedir a confirmação das coisas.

Na TV, tenho visto o novo Masterchef Australia ao almoço. Vou sentir sempre a falta do Matt, do Gary e do George, mas esta temporada de transição está a ser fixe e temos o sotaque Glaswegian do Jock para compensar. Terminou e muito bem Marvel's Agents of S.H.I.E.L.D., em vez de dedicarem 3 ou 4 episódios a um final escrevinhado à pressa, onde toda a resolução está no último episódio, toda a última temporada foi escrita em redor do final, com um enredo digno de Doctor Who, sendo o desfecho plausível, interessante e muito satisfatório. E vai estrear a 4ª temporada dos Durrells, a 2ª de Twilight Zone e repôs a Galactica original.

30 agosto 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #24


De volta a uma rotina quase normal
Esta semana comecei a trabalhar, presencialmente, no Festival IndieLisboa, adiado de Abril/Maio, por causa do pó calypso, para agora, Agosto/Setembro. Estava um pouco apreensiva quanto às questões de segurança no primeiro dia, mas li o briefing do festival uns dias antes e a equipa do Sâo Jorge não se poupou a esforços nesse sentido. Nos dias seguintes já fui trabalhar com alguma tranquilidade. Se não fosse a caloraça, estava na maior.

Em geral tenho ido trabalhar de metro, linha vermelha > linha azul, e como não há turistas, o metro também tem sido um descanso relativo. E há dispensadores de álcool-gel no metro! Estão é bastante escondidos e não há muitos, parece que é para não se gastar. E já vou a meio do Something Wicked This Way Comes!
Como tenho tido mais tempo que o costume, o festival está com as sessões mais espaçadas, portanto tem menos sessões, tenho aproveitado um bocadinho para passear. No outro dia dei um pulo à Baixa e, na ida para cima, resolvi comprar qualquer coisa para lanchar no Pingo Doce da Baixa, o único supermercado nas imediações. NEM TÃO CEDO PONHO LÁ OS PÉS! Desde Março que nunca me senti tão insegura num espaço fechado, a raiar o pânico. Aquele supermercado, em circunstâncias normais, já é o que é, um horror, acho que só superado pelo Pingo Doce do Cais do Sodré, mas pensava eu que a gerência do supermercado tinha tomado medidas anti-Covid, mas pelos vistos estão-se a cagar! Gel à porta? Não. Lotação controlada? Não. Respeito pelo distanciamento social? A configuração do recinto não ajuda, mas os clientes também se estavam marimbando. Caixas rápidas e todas a funcionar? Não. Para além de ter esperado uma eternidade para pagar 2 produtos, tive um pequeno stress enquanto esperava, por uma criancinha francesa que só não veio contra mim porque eu fugi. Sim, estava apinhado de turistas. Aliás, desta vez a Baixa parecia quase normal, já não senti aquela tranquilidade dos anos 80-90, mas, pelo lado positivo, o único ciclista que se cruzou comigo na Rua do Ouro, ia no asfalto! Foi uma primeira vez, aliás não percebo a insistência dos ciclistas em andar no passeio na Rua do Ouro... Não é que o trânsito na Baixa seja perigoso. Não é! Por outro lado, na Avenida da Liberdade, é só ciclistas em cima da calçada histórica, com ciclovias assinaladas nas vias laterais.
Ah, pessoas nos estabelecimentos, sobretudo centros comerciais, que assinalem melhor os novos horários e as entradas que estão a funcionar e as que não estão, por favor! Quase todos os sítios a que regressei esta semana tive algum problema com falhas do género.

Filmes esta semana, só do IndieLisboa, mas passou As Recordações da Casa Amarela, um Godard e Extinção, de Salomé Lamas, nas RTP-ses, pus a gravar para ver quando tiver um pouco mais de tempo.

24 agosto 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #23

 

Preparando uma maratona de trabalho
Esta semana tem sido dedicada quase inteiramente a trabalho, em casa, e a tratar de coisas para o início do ano lectivo. Fiz um reajuste da metodologia de trabalho caseiro, que tinha mudado e dispersado um bocado quando o portátil estava vivo.
Resumindo, como já não faço tudo numa única divisão, voltei a ter turnos um pouco mais disciplinados de trabalho, com a ocasional curta interrupção nas redes sociais, através do telesperto. Acompanhada pela minha garrafinha de água do Diabolik, a mini ventoinha e mp3 a gosto, quando não preciso do áudio para trabalhar, faz-se bem. Normalmente oiço a Rádio Oxigénio, mas como este PC é velho, não quero abusar da memória e largura de banda, ao por a rádio a tocar. O link que tinha no Media Player já não deve existir, não funciona. Já não estou é habituada a estar muitas horas sentada na cadeira de escritório. A cadeira é confortável, mas as minhas costas habituaram-se a estar refasteladas no sofá :'D

Nos intervalos, tenho andado a preparar-me para a maratona de mais de 2 semanas de festivais de cinema: lavar a roupa, organizá-la, remendar alguma coisa que esteja a precisar de manutenção. Comprar fruta no supermercado para levar e ter o arsenal de máscaras a postos. Reorganizar a mala.
Estou ligeiramente ansiosa por enfrentar o mundo lá fora, mas as medidas de segurança parecem-me razoáveis e a carga de trabalho vai ser muito menor que o costume, portanto não corro o risco de ficar com o sistema imunológico em baixo ou estoirada. E vai ser bom ver mais caras que a família ou as senhoras do supermercado.

Já terminei de ler o Heart of Darkness e comecei a ler Something Wicked This Way Comes, de Ray Bradbury, mesmo a tempo de celebrar o seu 100º aniversário, dia 22! E ontem, 23 de Agosto, teria feito 50 o River Phoenix :'(
Na TV só tenho acompanhado as séries de antes, estou quase a terminar o MacGyver, comecei a ver a nova edição do Masterchef Australia (foram espertos, fizeram uma temporada de transição, para as saudades dos 3 apresentadores originais não serem tão grandes) e para a semana começa a reposição de Battlestar Galactica. Já não revejo a série desde os anos 90, vai saber bem!

14 agosto 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #22

A memória mecânica é uma coisa curiosa
Usei o PC coxo, de onde escrevo agora, muito mais tempo que o PC que morreu. É engraçado perceber como a memória mecânica das minhas mãos a teclar ainda está neste PC e não no outro, que utilizava muito mais, desde que o comprei. Resumindo: teclo muito mais depressa neste, que ainda por cima ainda tem a opção NUM PAD, que me permite inserir caracteres diferentes ☺ Agora é relembrar-me dos códigos dos que usava mais, que desses esqueci-me.Também tenho de criar uma nova rotina, pois este PC é coxo porque há uns anos o ecrã deixou de funcionar. Felizmente ainda tenho o monitor do meu antigo desktop, já morto e esventrado para peças, e pude ligá-lo ao monitor. O chato é que perdeu a portabilidade, acho que nem consigo ligá-lo à TV para ver filmes, snif :'( Tenho de fazer a experiência um dia destes, mas acho que não tem saída HDMi. Só hoje comecei a actualizar certas coisas neste PC, para o poder usar para trabalho e afins.

Esta semana fui de autocarro visitar o meu pai e correu tudo de forma tranquila. O autocarro que apanho, quase directo, ia quase vazio e na volta estava nas mesmas condições, mas evitei a hora de ponta. Tentei fazer as fotos da Lonesome Cowgirl, mas de todas as semanas que poderia ter escolhido para o fazer, tinha de escolher aquela em que ficou mais fresco e o por-do-sol era em tons de azul e cinzento. Nada de laranjas e cor-de-rosa. Vou fazer a sessão amanhã cá em casa, até já fiz um cacto em feltro para compor a paisagem. Estou quase a terminar o Heart of Darkness, "The Horror! The Horror!" Amo a escrita do Conrad, tenho de ler mais livros dele.

Almocei fora (sem contar com a ida à IKEA) pela primeira vez, num restaurante, como manda o figurino. Pizza :9~ Mas envolveu uma luta com o dispensador de gel, que o dispensava em todas as direcções menos as mãos. x_x Começo também a achar que há muito gel aldrabado em muitas lojas e afins...
Esta semana fiz as compras no Lidl, fui a pé e voltei de comboio. Também foi tranquilo e já não me canso tanto, como antes. A descida de temperatura contribuiu, mas também ando a mexer-me um bocadinho mais.
Também já ando a organizar a logística cá de casa para o trabalho no IndieLisboa, mas este ano vai ser super calminho e vou ter montes de tempo livre, por comparação.

Por uma certa inércia, só tenho visto filmes e séries na TV, portanto não tenho grande coisa a acrescentar.

09 agosto 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #21

Casa, autocarro e estudar
Ao contrário da semana passada, esta foi de muitas primeiras coisas em poucos dias. Fui ver a casa para onde alguém próximo se vai mudar, e gostei muito. Depois fui tratar do passe, este mês volto a trabalhar fora de casa, portanto faz falta, e apesar de pequenos obstáculos burocráticos, o atendimento no Arco do Cego foi 5 estrelas e consegui resolver tudo na hora, com simpatia incluída. Aproveitei para fazer as compras na área, no Continente do Arco do Cego também há pão alentejano. No da Avenida de Roma é que pelos vistos foi banido ;_; Também entrei pela primeira vez num centro comercial, concretamente no Saldanha Residence, à procura da nova loja Flying Tiger, já que o Monumental continua esventrado. Só abria no dia seguinte. Fui para casa. Ao chegar, tive a boa notícia: vou voltar a estudar! Era esse o projecto top secret. Agora tenho de arranjar uma bolsa de estudo o mais depressa possível!
Voltei para casa de autocarro, já não entrava num há 21 semanas...

Porque é que, havendo uma ciclovia bestial, à sombra, separada do passeio e da estrada, em toda a rotunda do Saldanha, passaram, no espaço de 30 minutos, mais de dois ciclistas por mim no passeio? E não, não levavam a bicicleta na mão... Sou 100% a favor das ciclovias, sobretudo porque este é um país onde andar de bicicleta entre os carros é o equivalente a andar com o coração nas mãos, mas que aproveitem as ciclovias quando as há, principalmente quando são das boas! Parece que uma colher de civismo ao pequeno-almoço faz mais falta que as ciclovias. Para todos: automobilistas, ciclistas e peões.

A viagem de autocarro foi tranquila, àquela hora, naquele autocarro, à partida deveria ser. Mas fui testemunha da grande falta de civismo de parte da população. Sentei-me naqueles lugares perto da porta e, pouco antes da minha paragem, reparei num grupinho de grunhos do futebol (2 homens e uma mulher) a conviver. Nos homens nada demais, um tinha uma máscara do Benfica, bem colocada, o outro tinha a máscara meio à banda, a fugir do nariz, mas a mulher, sempre que queria reforçar alguma coisa que dizia, repetia puxando a máscara para baixo. Fez isso várias vezes. Estive quase a dizer alguma coisa, mas a sensatez e o alarme anti-grunhos soaram e dediquei-me a sair do autocarro e dirgir-me a casa.

Foi um dia confuso, um misto de alegria, a tratar das burocracias do ensino superior, e a tristeza que é a perda da actriz e encenadora Fernanda Lapa. Cruzei-me com ela em três tempos da minha vida e sempre gostei dela. O primeiro foi em criança, numa instituição que a minha mãe partilhou com ela e que mais tarde frequentei. O segundo foi em trabalho e vi nela uma pessoa muito disponível e generosa. O terceiro foi recentemente, como espectadora, a última peça de teatro que vi antes da pandemia foi encenada por ela. O mundo ficou mais pobre, já sobram muito poucos assim.

PS - Sábado, depois de almoço, o meu PC mais novo morreu. Todo o mateiral importante está a salvo no disco externo, mas o PC antigo é isso mesmo, antigo, e já não tem capacidade para muito. Mais uma despesa a acrescentar quando as vacas engordarem um bocadinho:

1. mandar arranjar a máquina de costura;
2. comprar um PC novo, e desta vez decente.

04 agosto 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #20



20 semanas, 5 meses, e esta porra ainda não passou! Nem parece passar tão cedo :'(

Esta semana foi focada no trabalho, tive um filme em duas partes em mãos. O único desvio foi ir ao Carrefour, perdão, Continente de Telheiras, onde encontrei pão alentejano, pão cada vez mais difícil de encontrar, e era mesmo bom. E também fui ao chinês da Avenida de Roma, a minha primeira incursão a Alvalade, em mais de 20 semanas, à procura de ceninhas para a Lonesome Cowgirl. Ainda preciso de um adereço, na semana que vem, sou capaz de ir aos chineses das Avenidas Novas a ver se encontro.
 Ah, o vizinho das obras, ainda não percebi se é mesmo o vizinho do lado, despertou! Mas não me tem incomodado muito, apesar de o barulho ser quase sempre de manhã, mas têm sido só marteladas secas e o ocasional berbequim, que me acordam num primeiro momento, mas depois embalam-me o sono.

Apesar de estar com trabalho, só vou ser paga lá para Setembro, o que significa que o orçamento é limitado. Estando o país ainda em estado de calamidade, pensava que as suspensões de pagamentos seriam até Setembro, mas não, as contas começaram a chegar... Não é nada fácil, sobretudo para os intermitentes como eu.

Na TV vi o velhinho War Games, que não envelheceu nada mal. Creio que a coerência de na parte da tecnologia e ciência estar tudo correcto, Matthew Broderick ser definitivamente um bom actor, bem apoiado pelos adultos, e uma realização firme, fazem o filme de John Badham um filme a ver e rever! Coisa que eu não fazia desde o século passado.
Quanto a séries, estou a gostar muito desta temporada de Agents of S.H.I.E.L.D., é pena ser a última. As recriações das épocas passadas, sobretudo das épocas que os autores conhecem, como os anos 70 e 80, estão fabulosas e têm tiradas de humor brilhantes, como os genéricos mudarem conforme as épocas, incluindo os logótipos.

25 julho 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #19


Cacilheiro
No fim da semana passada atravessei o rio e fui à Secção de Almada ver uma peça de teatro onde participa a minha colega bloguista do Pó Calypso. Porque é a caminho, resolvi sair cedo de casa e dar uma volta na Baixa e espreitar algumas lojas. Acabou por ser um passeio um pouco frustrante, pois a maioria das lojas está a fechar às 18h, o que remonta ao pior da Baixa nos anos 80, quando muitas lojas fechavam a essa hora e à hora do almoço, tornando a Baixa um local desértico e inseguro a partir do pôr-do-sol. As excepções foram a Pollux, onde queria ver as formas de muffins em silicone, pois a minha está a morrer, mas é tudo demasiado pequeno, para cupcakes e eu não sou hipster, não faço nem consumo cupcakes. Vou ter de continuar a procurar. A Tiger também estava aberta mas, milagre dos milagres!, saí de lá sem comprar nada (os snacks não contam). Também consegui ir à Ouro Têxteis e à Feira dos Tecidos. Na Ouro Têxteis queria ver alguns dos algodões estampados, mas com a indecisão acabei por não comprar nada, na Feira dos Tecidos não vi nada de interessante a bons preços. Portanto foi uma ida à Baixa sem compras, o que não deixa de ser inusitado. Comprei umas coisinhas no Martim Moniz, mas nada de especial (ando à procura de fivelas em metal para a minha Lonesome Cowgirl do BRC - tenho de ir ao chinês da Av. de Roma).
Depois de comer qualquer coisa, fui a pé pela beira-rio até ao Cais do Sodré, onde o sossego está a desaparecer lentamente, cruzei-me com imensos turistas italianos.
Apesar de chegar cedo à estação dos barcos, devia ter visto o horário antes, pois acabei por esperar 20 minutos e chegar em cima da hora, sem muito tempo para desfrutar de Almada. Felizmente tinha o Sr. Conrad comigo e o Marlowe encontrou o Kurtz. Achei a viagem tranquila, as pessoas respeitaram a distância, no Metro de Almada também, mas com alguns narizes fora da máscara.

A peça, Assembleia, era engraçada, gostei mais do que da anterior que vi, gostei particularmente da pequena história atribuída à minha amiga. Foi uma experiência revigorante, com todo um novo ritual para entrar, pena que não deu para copos pós peça e o teatro ter a ventilação, com este calor dos infernos, desligada. Tinha a minha ventoínha, mas não queria ligá-la sempre, pois a bateria não dura muito mais que uma hora e faz algum ruído. Tinha de ligá-la sempre que os actores faziam mais barulho.

Esta semana tive uma pequena folga de trabalho, já tenho mais, aproveitei o calor dos infernos e a pausa para finalmente passar um paninho húmido com sabão no vestido de veludo da Yuuko, que, por causa do pêlo e não só, não pode ir à máquina. Penteei bem a peruca, passei o ferro de alisar e guardei-a bem tratadinha. Também voltei às costuras, acabei 3 máscaras - já tenho um bom arsenal para quando trabalhar fora de casa -, fiz mais uma em ganga e já tenho a Lonesome Cowgirl quase acabada. Ando a pensar em como fazer as fotos, acho que desta vez vou fazê-las num jardim aqui perto, ou na Alameda, com o pôr-do-sol como fundo.

Na semana passada acabei por esquecer-me de dizer que revi o My Own Private Idaho, que é um filme muito importante para mim, e que ficou a macerar na minha cabeça por uns bons dias. Que desperdício tão grande a morte de River Phoenix. Acho que é neste filme onde gosto mais dele! E depois, Henrique IV, Shakespeare, Keanu, um filme tão sublime!

17 julho 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #18

ainda há esperança para a humanidade...

Ui, que calooor!

Detesto calor, detesto o Verão, usar máscara com o calor custa muito mais! Esta semana chegou uma vaga de calor que me deixou KO. Mesmo assim fui almoçar com a minha mãe à IKEA, e provavelmente será dos sítios mais seguros para almoçar fora, nestes tempos pó calypticos. Para além do controlo de número de clientes, profusão de gel desinfectante por todo o lado, a eliminação do self-service e nós também nos termos prevenido - fomos cedo e à de Loures, que é mais civilizada - contribuiram para uma ingestão de almôndegas em sossego.
Mas na loja, dos clientes, já não se pode dizer o mesmo. A IKEA continua a ser a Disneylândia, continua a haver uma percentagem alta de pessoas que vão lá passear com bebés e, apesar das várias recomendações de distanciamento social, seguir os pecursos assinalados, etc. etc. etc.  fomos várias vezes abalroadas por grupetas de gente que, apesar de a loja estar bastante vazia, tinham de passar encostadinhas a nós. PacMan! Eu, que não tinha objectivo de comprar lá nada, acabei por sair de lá com uma panela e duas frigideiras, para substituir as minhas, já moribundas, e não ultrapassei os €20! O gel na IKEA cheira mal, mas não cheira a bagaço nem a álcool.
Mental note: não voltar a comprar o gaspacho do Lidl... não tem tempero :(
Apercebi-me agora, foi a primeira vez que saí do concelho de Lisboa desde o início do Pó Calypso! No caminho reparei que construíram uma ponte ciclo pedonal em madeira lindíssima na Calçada de Carriche, a coisa mais bonita naquela rua!

Por casa, o trabalho continua a revezar-se, só tenho visto as séries do costume e retomei o Naruto (Shippuuden), via SIC Radical, mas aquilo dobrado em português é estranho, dattebayo! - PORQUÊ!? Também vi o Fistful of Dollars, com o Clint Eastwood. Estou a ter um novo gozo em ver western spaghetti. Estava à espera de, com a morte de Ennio Morricone, aparecerem uns quantos nos canais de cabo, mas nem por isso. Ah, e ando viciada nos canais de YouTube Adam Savage's Tested e Bernardette Banner.

Esta semana não tenho Top Máscara, mas tenho visto muitos, demasiados, narizes de fora. Ah, terminei a máscara gato-vampiro e outra com o resto tigrado da yukata da Lum. Só falta acabar a de mar e tenho já uma boa colecção que me permite trabalhar fora de casa, quando se der a ocasião. Quero comprar uma caixa de madeira no chinês para as pôr, a que tenho é pequena.

10 julho 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #17


Vi o meu pai e comi sardinhas!
Ao fim de 17/18 semanas, finalmente estive com o meu pai. Ele veio buscar-me de carro, pois ir a casa dele implica apanhar 2 linhas de metro ou um autocarro, para uma zona que tem tido muitos passageiros. O bairro onde ele mora, onde morei na minha infância, é bastante tranquilo, mas chegar até lá pode não ser e, por causa da idade dele, não quero arriscar, já é risco suficiente eu estar com ele.
Estes novos comportamentos sociais não são fáceis de gerir, sobretudo quando a cidade não está devidamente preparada. Infelizmente há quem tenha de apanhar esses transportes todos os dias, mas também por essas pessoas, prefiro não ser mais uma, já que é coisa que não TENHO de fazer.
Percorremos todos os restaurantes nas imediações, a escolher o que almoçar, o polvo à lagareiro infelizmente tinha acabado de esgotar, mas havia sardinhas assadas e não estavam más. Pelo menos soube bem. Também fomos à velha mercearia do bairro, o Tó Zé, que achei super decadente, com as prateleiras meio vazias, mal conservado, e, apesar de ter gelados da Olá, o nosso objectivo era uma sobremesa, não tinha embalagens de litro. Lembro-me do Tó Zé sempre bem aprovisionado, quase com os produtos a transbordar para a rua, tive alguma pena de ver a mercearia com um ar tão deprimente.
Ao deixar-me perto de casa, aproveitei para ir comprar umas coisinhas que se tinham acabado ao outro bairro vizinho, na realidade o bairro vizinho mais próximo, a Picheleira/Olaias, que já pertence à freguesia do Beato. Outro bairro onde pouca diferença notei nas pessoas, mas não permaneci muito tempo.

Por casa tenho andado ocupada com trabalho, mas vou infiltrando uma ou outra tarefa, como finalmente tratar da peruca da Yuuko, a precisar de cuidados desde Fevereiro. Já está toda penteadinha e levou com o ferro. Aproveitei para dar um jeitinho com o ferro às pontas espetadas da peruca nova da Hokuto, que ficou bem melhor. O próximo vai ser o vestido de veludo, que não pode ir à máquina, eu estava à espera do calor, para lavar à mão as partes que se sujam mais. Tenho feito limpeza superficial, com dodots, etc. sempre que o uso, mas agora já fede >_<

Na TV, vi o filme Atomic Blonde, um filme de espionagem no finzinho da Guerra Fria, passado em Berlim, em 1989, e gostei mais do que estava à espera. Passados 2 episódios, estou a gostar de Good Girls Revolt, Agents of S.H.I.E.L.D. deu uma reviravolta interessante e as outras séries que estou a ver não valem ser mencionadas., excepto o MacGyver, que está a ser uma experiência interessante. Nada de anime, não tenho tido tempo.

02 julho 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #16


Andei de metro, fui à Baixa
A Secção Almada veio ter à Secção Alameda/Areeiro e ambas fomos a pé até à secção da Baixa. Descemos a Almirante Reis, coisa que gosto de fazer regularmente, mas não notei grande diferença do antes e depois do bixo, fora pessoas de máscara e gel extra nas lojas. A propósito de máscara, nos Anjos, perto da igreja, é costume andarem sem-abrigo, hoje não foi diferente, mas é mais um problema desta sociedade que veio à tona com a pandemia,. No mínimo as instituições que os ajudam deviam reforçar a distribuição de máscaras, quase nenhum as tinha limpas e andar de máscara ou não, nessas circunstâncias, dá no mesmo. Claro que há muito mais a fazer, mas isto parece-me básico.
TOP MÁSCARA DA SEMANA
~ queremos distribuição de máscaras regular para os sem-abrigo! ~
Na Baixa já senti diferenças. Quando cruzámos aquele limiar entre o Martim Moniz e a Praça da Figueira, parecia estar de volta aos anos 90, bastante menos pessoas na rua, só reparei num TukTuk, e 4 ou 5 turistas. Encontrei uma conhecida na Rua Augusta e reconheci-a pelos óculos escuros giros que arranjou recentemente e mostrou nas redes sociais. Se a Rua Augusta não tivesse esplanadas e ainda existissem algumas das lojas antigas, como a Casa Africana, a Casa Batalha ou a loja das revistas de crochet, acharia que realmente estava nos anos 90.
Estava calor e as minhas pernas já não estão habituadas a mexerem-se tanto. A Feira dos Tecidos tinha muito mais algodões que o costume. Deve ser por causa das máscaras.
Bebemos um belíssimo suminho de abacaxi com gengibre e hortelã, que soube maravilhosamente bem. Pusémos a conversa em dia e separámo-nos no Cais do Sodré.
Apesar de já serem umas 6 da tarde, o metro, felizmente não estava muito cheio. Andei numa carruagem com assentos de cortiça (muito mais higiénicos que os de alcatifa) e as pessoas mantiveram a distância social.

O Projecto Top Secret ainda está de pé e entreguei o IRS, como de costume, no último dia, mas também já está tudo despachado. Como pingou um trabalhinho, tenho estado ocupada. Devo terminá-lo amanhã. Publiquei as fotos do Blythe Runway Challenge (2ª edição) de Junho, cujo tema era Blythe Air, por estarmos todos impedidos de viajar. Como um traje completo de hospedeira (eu sei que agora se chama assistente de bordo, mas optei por um estilo retro) estava na minha lista de coisas a fazer há tempo, alarguei-me e fiz uma série de coisas: um vestido, chapéu, capa, luvas, saco, mala, lenço e brincos. Estou mortinha por saber qual será o tema de Julho!

Aqui na Secção Alameda/Areeiro, a vida continua como de costume, almoço em casa da mamã. Na loja das bebidas ainda é Natal, com direito a árvore cintilante e tudo. Tempos estranhos estes...

Na TV começou a dar a série Good Girls Revolt, que me chamou a atenção pelo guarda roupa do fim dos anos 60, início dos 70 e por incluir entre as personagens, Nora Ephron, que ficou conhecida como argumentista nos anos 80 e 90, de comédias românticas como When Harry Met Sally ou Sleepless in Seattle. A série é sobre a redacção de uma revista e a disparidade entre homens e mulheres. Não desgostei. Também vi uns filmes, How I Live Now, com Saoirse Ronan, cujo cartaz me lembro de ver nos autocarros em Edimburgo, em 2013, que se revelou muito mais interessante (e apocalíptico) do que os cartazes e o título fazem acreditar.

24 junho 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #15


Here we go again!
Perdoem-me o inglês, mas soa melhor assim. A malta não sabe ser responsável, e, como na escola, por uns, pagam todos. Devia ser como no México, quem não cumpre as normas de segurança, trabalho comunitário! As coisas voltarem a fechar cedo não me chateia muito, mas como agora já é Verão e os dias muito mais longos, dava jeito que não acontecesse. De qualquer forma, todo o esforço de Março e Abril estar a correr o risco de ter sido em vão, por causa de um bando de inconscientes, é indecente. Ah sim, quando voltei a casa, às 19h45, estavam umas 15-20 pessoas à porta da tasca da esquina, que tem capacidade para umas 8 pessoas, mais 6 na esplanada, que ocupa 80% do passeio.

O assunto do racismo já está a esmorecer nas redes sociais, como infelizmente era previsível. Passou para as estátuas, mas mesmo esse também está a esmorecer. Ainda não há novo tópico quente do momento, mas a Desgraça Fonseca agora inventou outro projecto lindo para aliar a cultura ao combate dos incêndios, com o nome infeliz "Não Brinques com o Fogo". RENDIMENTO MÍNIMO PARA TRABALHADORES INDEPENDENTES, JÁ! Eu tive uma "ameaça" de trabalho, mas até agora nada. Entreguei o projecto Top Secret, mas agora pedem-me uns certificados que não sei se vou conseguir arranjar. Amanhã vou tratar disso. Próximo passo: entregar o IRS.

Gosto muito da drogaria do meu bairro. O senhor é muito simpático, os produtos baratos e tem de quase tudo! Foi lá que comprei a Nessie, concha da sopa em forma de monstro de Loch Ness, que deixei passar na Escócia, na loja à beira do Loch; pude sentar-me num banquinho lá dentro e colar a sola das minhas sandálias, com cola de contacto que comprei na loja, aliás compro sempre lá, e hoje comprei sabonete de enxofre, da Confiança. A loja de ferragens e estância de madeira, umas portas ao lado, também é muito boa e tem empregados sempre simpáticos. Comprei novas dobradiças (noutra loja) para o roupeiro, quando encontrar as desaparecidas, hão-de ter uso.

Resolvi algumas questões técnicas do telesperto e computador da minha mãe e voltei para casa sem pão decente, pois distraí-me com a luz e as horas.
TOP MÁSCARA DA SEMANA
~ máscara assimétrica, que revela apenas uma narina ~
Finalmente terminei de ver Sailor Moon Crystal, a última temporada redimiu um bocado a série, gostei muito mais, mas nada bate a original, mesmo com os defeitos que tem. Continuo a ver Majou Chukana Paipai que continuo a adorar! - "Raymondo!" - Agora vou terminar Michiko to Hatchin, que também já tentei retomar outra vez. Regressou Blindspot na TV e parece que no início de Julho volta a última temporada de Agents of S.H.I.E.L.D. Filmes, vi Destination Wedding, com a Winona Ryder e o Keanu Reeves, fase pós grunge, pós Matrix, pós cleptomania, um filme engraçado, muito indie movie, que demonstra por A+B que o Keanu nunca foi mau actor. Também vi dois filmes vintage, Django e Get Carter. Cada um à sua maneira encheu-me as medidas. Os western spaghetti são divertidíssimos e muito mais bem feitos do que lhes dão crédito. Os filmes dos anos 60 e início dos 70, também costumam ter bandas sonoras fantásticas, que só por si fazem os filmes. Get Carter é um thriller muito britânico, com Michael Caine. Vi ontem The Imitation Game, filme que mereceu o hype à sua volta. Gosto desta nova vaga de filmes sobre cientistas "anónimos" que mudaram o modo como o mundo é.

Cenas dos próximos capítulos: será que os portugueses vão atinar? Será que os trabalhadores independentes vão receber algum apoio de jeito? Veja na próxima semana!

Secção Almada - Semana #14





Temos de voltar ao confinamento, menos eu, que tenho de trabalhar

Confesso que estou imensamente, extremamente, muitomente farta de trabalhar. Preciso com urgência de ajuda e nem recebo nenhum currículo. Diz que os meus colegas querem ir todos para o estrangeiro, onde podem fazer internatos e residências e ganhar 4k de euros por mês, com casa e carro e telefone pagos. Eu cá só queria que se mantivessem aqui na tuga, a apanhar sol e a ir à praia, que isso não há lá nas inglaterras onde pagam bem e quês.

Fora isso, tem estado tudo regular. Tenho tido ensaios em modo hardcore, quase todos os dias, com as regras de distanciamento social e tudo e tudo. Vai ser um teatro muito estranho, em que o público não vai poder conviver no foyer, e vão estar todos de máscara ao longo da peça.

Fora isso, não consigo fazer nada de nada, absolutamente nada, todas as obrigações a que me comprometi são *boca* porque a trabalhar que nem uma desalmada e a ensaiar como uma mula de carga só me sobra tempo para dormir e, de quando em quando, ver um anime, ou um filme. Falando nisso, terminei "Argento Soma" e agora estou a actualizar os semanais, sendo que entretanto terminei "Arte", que foi simpático mas nada de especial, e agora estou encantada a ver "Fruits Basket", um dos animes mais importantes para a minha formação pessoal cujo remake está a sair agora.

Em termos televisivos continuamos com "Sete Palmos de Terra", que é muito emocionante, e ontem apanhámos na televisão o "Predador 2", que foi muito engraçado. Realmente o predador tem cara de vulva. Por livros, estou a ler "Handi-Gang", um livro em francês sobre pessoas com limitações físicas que estão a tentar revolucionar a França por maior acessibilidade.

Supostamente hoje voltamos aqui na área da Grande Lisboa e Vale do Tejo a confinar e a fechar tudo às oito, para minha grande frustração que já andava a sair à noite e que já andava a ir ao café. Da última vez que saí de forma nocturna encontrei vários grupos de jovens inconscientes que se cumprimentavam com beijos molhados e abraços, dizendo "olhó cóvido!" como se fosse algo que não existisse. De certa forma, quase que parece que o coronga foi inventado, porque continuo sem conhecer ninguém que tenha sido apanhado por ele. Fora o dono do restaurante "Galo", que fechou o restaurante porque apanhou o coiso, segundo o papel que está na porta.

Fui jantar com o meu pai mesmo antes deste pós-confinamento. Vai por a minha irmã mais nova na mesma escola onde eu estive, e onde me arruinaram a saúde mental, a auto-confiança e a minha fase de sociabilização, inviabilizando-me permanentemente como ser humano social e normal. Consegui evitar dizer à miúda que nessa escola não pode ter o cabelo cor de rosa. Espero que a expulsem de lá rapidamente. Ninguém merece.

18 junho 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #14


Alarguei Horizontes

Esta semana foi parecida com as anteriores, umas costuras aqui e ali, coisas em desenho vectorial, excepto o último dia, onde várias coisas aconteceram.
A primeira foi a reinstituição do almoço semanal em casa da mãezinha, ainda sem abraços nem beijinhos, descalça à porta e com ida imediata a lavar as mãos. Soube bem e ela fica toda contente.

A segunda foi que desta vez caminhei até mais longe, fui finalmente à Gulbenkian. As ruas das Avenidas novas estavam sossegadas, como aliás é costume, a Avenida da República tinha bastante mais trânsito que da última vez que lá estive, quando quase se podia caminhar à vontade pelo meio do asfalto, mas mesmo assim consideravelmente menos que o habitual. As lojas e as pessoas é que, fora as máscaras, pareciam quase normais. Na Gulbenkian (e aliás noutros jardins e largos ajardinados) parecia que Lisboa inteira descobriu de repente para que servem os jardins! Raramente vi lá tanta gente, nem ao fim de semana. Sobretudo crianças pequenas a guinchar... céus! Que saudades da Gulbenkian dos anos 70 e 80, quando não se via vivalma durante a semana. É provavelmente coisa que nunca mais hei-de ver. Mas fotografei as tartarugas a fazer semi-arabesques, os patos e as carpas gigantes. O anfiteatro infelizmente estava barrado. É pena, pois se não estivesse, talvez as pessoas estivessem mais espaçadas. Próximo passo: Baixa e, quem sabe, andar de transportes públicos.

A terceira é que apareceu um trabalho com que já não contava muito, por causa do covido, e a quarta é que, fora uma última revisão, tenho o projecto top secret pronto a entregar. Torçam por mim!
TOP MÁSCARA DA SEMANA
~ máscara presa, qual condecoração,
entre o botão e a casa do segundo botão de uma camisa ~
Na TV terminei de ver os filmes de Jerry Lewis, soube bem, e comecei a ver uma série tokusatsu mahou shoujo, no canal de tokusatsus da TOEI no YouTube, Mahou Shoujo Chukana Paipai. -- "Raymondo!" -- Delicioso! Também vi mais dois episódios de Sailormoon Crystal. A ver se termino logo a série, pois talvez deixe de ter tanto tempo livre e não quero interromper outra vez.
Também voltei a pegar devagarinho no cosplay da Lum, usei numa ganga rija que me deram, como nova entretela do obi e quero corrigir o colarinho da yukata, que graças a um tutorial recente e muito bom de como fazer um kimono em casa, esclareci algumas pequenas mas muito importantes dúvidas existenciais acerca da sua construção. Coisas que nunca estão explicadas em lado nenhum, graças à mania dos japoneses não registarem nada. Sou capaz de também fazer o juban e, quem sabe, o obi-ita. Tenho de ir ver aos tais tecidos que me deram o ano passado, se há lá algum que seja bom para isso, o polipropileno já tenho.

12 junho 2020

Secção Almada - Semanas #10 #11 #12 e #13





A minha ausência não se deveu à minha morte, mas quase


Boa noite, caros Pó Calypsicos. Como estão?

Antes de mais, um pedido de desculpas: estive ausente practicamente um mês, mas foi devido a um excesso de trabalho mais que impossível. Tenho estado a trabalhar o dobro de horas por dia, todos os dias (com uma folga semanal, que exigi para não me passar) e para além disso os meus ensaios de teatro voltaram. Tenho agora ensaios três vezes por semana, presenciais, com a distância de segurança possível sempre que conseguimos. Claro que por vezes temos de nos agarrar uns aos outros, mas temos tentado desinfectar-nos frequentemente.

Quando ao Pó Calypso propriamente dito, tenho algumas coisas a dizer, pois tenho continuado a andar bastante de transportes. Para começar, as pessoas não têm a ideia que não se devem sentar ao lado umas das outras e que, sobretudo, não se devem sentar ao meu lado. Existem outros lugares onde se podem sentar ou estar confortavelmente de pé, mas mesmo assim sentam-se ao meu lado, o que me transcende e fascina ao mesmo tempo. Encolho-me toda para junto da janela, de forma à minha coxa coberta de tecido não tocar na coxa da outra pessoa, mas isso apenas faz com que elas abram mais as pernas, num manspreading fabulástico. Quando são homens imagino que tenham testículos gigantescos, como os de um touro de criação, que não cabem entre as pernas. Quando são mulheres imagino que tenham uma pachachona enorme, aberta, dentata e escorrendo fluídos que não permitem que as suas pernas fiquem juntas sem me tocarem.

Relativamente às máscaras, tenho visto novos modos de a usar que são muito interessantes. Alguns exemplos:

  • "Eu tenho máscara, está aqui no bolso!"
  • Máscara pendurada no brinco de argola
  • Máscara pendurada de um lado dos óculos
  • Máscara cobrindo queixo, deixando a boca de fora de forma a poderem conversar
  • Criança com máscara demasiado grande que lhe cobre toda a boca
No entanto, eu própria por vezes falho: hoje, por exemplo, entrei no autocarro convencida que a trazia posta para o condutor gritar comigo e dizer que tinha de a ter. Disse "desculpedesculpedesculpe" certa de duzentas e oito vezes e fiquei muito envergonhada.

De resto, estou a ver um anime mecha, "Argento Soma", de que estou a gostar bastante e vi um slice-of-life sobre uma viagem à Antártida, chamado "Sora Yori mo tooi Basho". Terminei vários livros: "O Elixir da Imortalidade", sobre a família Spinoza ao longo dos tempos (desde o tempo do D. Afonso Henriques, aqui caracterizado como um antipático déspota;, "Cash", uma biografia de Johnny Cash, "Avenida de Roma, Duas da Tarde", um livro de crónicas horroroso; "A Magana da Minha Tia Adelina", um livro de contos que até foi giro; e "Árvores de Fruto", um livro de horticultura que, para meu horror, considera as laranjas como um fruto tropical.

Também continuo a ver o fantástico "Sete Palmos de Terra", que estou a adorar. Tenho sonhado frequentemente com a série, é dessa forma que me está a marcar. Infelizmente, com tantos ensaios até altas horas da noite, mal tenho conseguido vê-la.

Já mencionei que voltei a jogar os Neopets? O meu neopet é a porra de uma nuvem, é muita fofinho. Recomendo a toda a gente que tenha uma nuvem com pés, ou outro bicho semelhante igualmente parvo.

Aqui fica o meu relatório do mês, com o mais sentido pedido de desculpas pela inactividade. Noutra nota, se alguém conhecer um veterinário que queira trabalhar à tarde com bichos queridos, por favor diga-me, que estou em desespero.

11 junho 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #13


Esta semana passei entre mentalizar-me para o calor, a ter um pequeno acesso de nostalgia pela BlytheCon Europe e a minha viagem ao Porto há um ano, e a trabalhar no projecto Top Secret. Gosto muito do Freehand, mas o PC, vulgo chaleira, onde está instalado, não tem muita memória e tem tendência a não gostar de ficheiros pesados. Quando me faltava um bocadinho assim, eram só mais umas 3, 4 horas de trabalho, o ficheiro morreu. Tive de recomeçar e fazer algumas coisas com menos resolução para não voltar a acontecer. Mas de resto está tudo a correr bem.

Hoje, como era feriado, as ruas estavam sossegadas como no Estado de Emergência. Mais ou menos. A malta da sueca voltou e havia muito mais ajuntamentos, apesar de menos que nas últimas 2 semanas. Foi tudo levar o covido lisboeta para o Allgarve. A propósito da cidade vazia e do turismo, parece que agora as coisas em Alfama estão mal paradas. Só espero que isto dê origem a leis para controlo do alojamento local e das rendas em geral, os preços das casas em Lisboa parecem os das cerejas este ano.
Falando em cerejas, ando a começar a ter dúvidas de lhes ferrar o dente este ano. Estamos a meio de Junho e estão a cerca de €5/kg no Minipreço e €10/kg no Continente! Nunca as tinha visto a €10 e a €5-6 costuma ser em Maio, quando aparecem. Pelo menos ainda há morangos nacionais bonzinhos e ainda tenho fé nos pêssegos de roer.
Pensei em ir à Gulbenkian dar uma voltinha, mas a falta de vontade de sair de casa, o calor e outras coisas que me tiram a energia, fizeram com que só desse a volta do costume.
Esta semana vou fazer uma coisa que só faço uns 2 em 2 anos: "hambúrgueres porcaria". Basicamente são hambúgueres com tudo, que só fazem porcaria quando uma pessoa os vai comer. Deu-me vontade.
O gel desinfectante do chinês continua a cheirar a bagaço, hahahaha!
TOP MÁSCARA DA SEMANA
~ uma moça novinha, com uma máscara de pregas, impecavelmente passada a ferro, com as dobras todas vincadas, fechadas, um vinco vertical a meio, que lhe deixava o nariz todo à mostra ~
Continuo a ver os filmes de Jerry Lewis, agora estreou a 4ª temporada de Blindspot e, como já acabei a cama, vou tentar reinstaurar o PC na TV (tinha a ver com a logística do espaço e a incompatibilidade da atenção que a cama exigia) e terminar Years and Years e Sailor Moon Crystal. Sou capaz de rever o Gone With the Wind, nem que seja por pirraça à HBO.

06 junho 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #12


Ao chegar à 12ª semana e a ver a vida nas ruas a voltar praticamente ao normal, pergunto-me se valerá a pena continuar estas crónicas. As coisas podem já não parecer tão negras, mas o bixo é invisível e os casos aumentaram bastante em Lisboa. Enquanto não me sentir segura e tiver vontade e tempo, a Secção Alameda/Areeiro vai continuar.

Esta semana fui ao Aldi de Telheiras, de carro, com a mãezinha, e atravessei a fronteira de Arroios. No Aldi, como no Continente na semana passada, havia uma estranha ausência de iogurtes gregos naturais. Só havia com frutas ou açucarado em baldes. Nada de Buttermilch. A minha teoria é, até porque o atum também estava em falta no Minipreço, quando houve o assalto aos supermercados, uma, duas semanas depois esses produtos com muita procura voltaram, mas como durante a quarentena a produção deve ter diminuído, agora é que as faltas começam a notar-se.
Em Arroios, muito mais que no Areeiro chunga, nem parece que deveríamos agir com precaução e vejo muito poucas máscaras, sem ser tapa-queixos. Falando em máscaras:
TOP MÁSCARA DA SEMANA
~ máscara tipo pulseira no bíceps ~
~ híbrido entre pála e máscara, que aparentemente não protege grande coisa ~
Cá por casa tenho andado ocupada com 3 coisas: com o plano Top Secret, a acabar umas máscaras para vender e com o primeiro desafio do Blythe Runway challenge. As máscaras estão quase prontas, 3 das 6 peças do BRC estão prontas e o Top Secret será entregue em breve. Em Julho poderá ser revelado. Ah, e pela primeira vez mexi num cosplay a precisar de atenção, aproveitei um pedaço de ganga rija que me deram, para usar como entretela para o obi da minha Lum. sou capaz de acabar de embainhar a yukata a seguir. Se faço o juban e o obi-ita a seguir, logo se vê. Os materiais estão cá. A cama IKEA está pronta, mas não sei onde enfiei as dobradiças das portas do roupeiro, a Mod Amidala e Leia já estão fotografadas.

E estão a dar uma série de filmes do Jerry Lewis na FOX Movies. Sempre lhe achei piada e agora, revendo os filmes ao fim de uns bons 20 anos, percebo como eram mais bem feitos do que lhes dão crédito. Até guarda roupa por Edith Head têm. O filme Geisha Boy, ao contrário do que o título indica, não entra em nenhum dos clichés depreciativos acerca do Japão. Pelo contrário, nesse sentido, consegue ser muito superior a um Memoirs of a Geisha, pois os actores orientais são todos japoneses ou descendentes, os kimonos todos genuínos e o kitsuke perfeito. Se tivermos em conta que um foi feito pelo studio system, no auge da segregação nos EUA e da ocupação militar no Japão (é sobre isso) e o outro já neste século, por um realizador mais ou menos independente, parece-me que houve um retrocesso hollywoodesco.

O mundo parece ter se cansado do Pó Calypso, e as reacções às suas consequências começam a sentir-se. Destacam-se dois movimentos, o #pelopresenteefuturodaculturaemportugal, contra a trapalhice e falta de medidas de apoio do nosso governo em relação a um problema bem antigo e que me afecta directamente, dos intermitentes da cultura; e o #blacklivesmatter, resultante de um último acto de violência policial nos Estados Unidos, que resultou na morte injusta de George Floyd. O primeiro tem gerado alguma discussão e manifestações por parte dos meus colegas da cultura, e espero que não caia mais uma vez em saco roto. O segundo é muito complexo, obriga a uma reeducação das sociedades pan-europeias e ex-colonizadoras, cujo bullying millenial online não me parce ser eficaz. Sou 100% a favor da causa, mas acho a abordagem de barafustar até sermos ouvidos, imatura e ineficaz. Digo isto porque já agi assim e nunca me levou a lado nenhum. Seria muito bom que as massas ouvissem, raciocinassem, para além de barafustar. Veremos o que acontece daqui por diante, mas acho que as moscas apanham-se com mel e não com vinagre.

Há um ano estava a caminho do Porto.

28 maio 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #11


O Sol dá Cabo de Mim!

Esta semana foi um pouco diferente, a mãezinha fez anos e, pela primeira vez em mais de 2 meses, entrei na casa dela, só na entrada, e fomos juntas passear. Sem abraços nem beijinhos, de carro e de máscara. Também foi a primeira vez que uma Blythe saiu à rua no Pó Calypso. Não tínhamos um plano, mas já que íamos de carro, pensámos em ver o rio. Ao entrar por Monsanto, lembrei-me que ainda não tínhamos ido ao Panorâmico, mas estava fechado, não por causa do bixo, mas para obras. Acabámos por fazer um passeio de carro algo nostálgico por Monsanto, que era um passeio frequente quando eu era miúda.
Belém é nossa! Gritei eu no largo em frente aos Jerónimos, sem ninguém por perto para olhar-me de soslaio. Já não via Belém tão vazia desde que lá morei em 1983 (passámos em frente ao nosso prédio, as janelas foram substituídas por janelas de uma só folha, ficam sempre estranhas num prédio do inicio do séc.XX), e mesmo assim nunca num dia de Sol! Estivémos um pouco à sombra das oliveiras do CCB, comemos um geladinho, a nova parede de plantas trouxe passarinhos e tornou o CCB menos inóspito, os Pastéis de Belém estavam vazios, mas já só vendem Pastéis. Nos anos 80, até ao fim do século, tinham outros bolos e eram deliciosos. Passava por lá para ir à escola, a semanada permitindo, costumava comprar um para o lanche quase todas as manhãs. Por fim, como não estava mais ninguém à porta senão os seguranças, entrámos na igreja dos Jerónimos! Deviam estar mais umas 3 ou 4 pessoas lá dentro! Mesmo assim, tinham os bancos barrados e não pude avançar muito para tirar a foto à sua magnífica abóbada.

Tenho andado ocupada com o meu plano de mudança de carris, a acabar a cama das moças e entrei num passatempo no feicebuque, o Blythe Runway Challenge, segunda edição. Não pude participar na primeira edição, ainda no Flickr, pois as participações eram limitadas e cheguei demasiado tarde para me inscrever. Foi com o BRC que fiquei a conhecer algumas pessoas de quem acabei por ficar amiga, como a Jaszmade* ou a Woollyrockers. O primeiro desafio é o BlytheAir Challenge e, como já queria fazer uma hospedeira há anos, não páro de fazer coisas. Já fiz o vestido, o chapéu, estou a fazer uma capa, uma mala, um saco e ainda vou fazer umas luvas.
Cá em casa, consegui a proeza de partir 2 tigelas numa semana, a da Wonder Woman (T_T), que vou colar, pois só se partiu em 3, e uma do par de malgas amarelas que comprei por €1 na Almirante Reis.

Com o calor que apareceu é que não dá mesmo vontade nenhuma de sair à rua. Mesmo assim, há que comer e fazer o supermercado, desta vez fui pelo Bairro dos Actores e um bocadinho mais tarde, para fugir à torreira que faz deste lado da Alameda à tarde. As lojas da Guerra Junqueiro, Praça de Londres e Avenida de Roma já estão quase todas abertas se não visse pessoas de máscara na rua, nem perceberia que ainda estamos no Pó Calypso. Por mais que goste do ambiente distópico, ver as coisas como de costume dá uma boa sensação que a vida continua!
Falando em máscaras, decidi criar o:
TOP MÁSCARA DA SEMANA
~ máscara a tapar a nuca ~
Entrei no chinês à procura de uma coisa para a minha hospedeira (que não havia), o alcoól gel do chinês cheira a BA-GA-ÇO! xD O Continente, que continua a ser o supermercado onde vou com maior indisciplina, colocou um dispensador de gel novo, de pé. Engraçado. Lá dentro, os sacripantas levaram os iogurtes naturais todos! snif...
O dia não terminou da melhor forma, com uma altercação com a pita, filha da vizinha do lado, que insiste em fazer sala na entrada do prédio, ficam lá ho-ras! Ficou ofendida quando perguntei se não têm quintal para fazer sala. Enfim, gente bronca e mal educada, que teve um rebento ainda mais bronco e mal educado. Que apanhem o cóvido, já que desconhecem o significado do conceito de distanciamento social.

Acabei de ver a série War of the Worlds, gostei de algumas coisas, mas no geral achei aborrecida. Agora estrearam umas quantas, a ver se quando terminar a cama, volto a ligar o PC à TV, retomo Years and Years e começo a ver The Great, com a brilhante Elle Fanning.

21 maio 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #10


Esta semana foi muito tranquila e rotineira. Nada de extrordinário a relatar, apenas que os CTT voltaram a falhar em grande escala, o meu tecido "Sewing Woes", caro, um pequeno capricho que me dei, pelo qual paguei correio registado, a ser entregue em mão, assinado, foi desplicentemente deixado no meu capacho da entrada, sem sequer se dignar a tocar à porta. Bonito. Por outro lado, o tecido valeu a compra! Só não sei o que fazer com ele, tenho mais ou menos 4 quadrados com o desenho, sou capaz de fazer um furoshiki, pois não tenho suficiente para fazer uma peça de roupa onde se veja a história toda. Digo história, pois trata-se de uma pequena banda-desenhada, em estilo retro, com os desgostos da costura. Simplesmente fabuloso! A qualidade é muito boa. Idealmente, teria ££ suficientes para comprar que chegasse para um vestidinho, mas infelizmente não há orçamento para mais, por isso acho que vou esperar um tempo para ver se me vem alguma inspiração divina.

Dei mais uma demão à cama, espero que a próxima seja a última, o branco é lixado, e finalmente termine esta empreitada. Tive uma ideia gira para máscaras sociais, estou a fazer umas, pouquinhas, para vender.

Continuo a não ver nada de especial na TV e vi na Time In, que deu o Barbarella no fim de Abril e NINGUÉM me avisou! Não é grave, já vi o filme muitas vezes, inclusive no cinema, e tenho em DVD, mas é de certa forma histórico, pois acho que a última vez que o Barbarella tinha dado na TV, foi em 1982, quando também perdi, por não saber que ia dar.

Na ronda da semana, bati de certa forma com o nariz na porta da loja de fotocópias, onde costumo mandar imprimir as minhas coisas. Era previsível e deveria ter telefonado antes de ir. Não foi grave, não tenho pressa e não é assim tão fora de volta. Para a semana trato disso.
A Primavera resolveu desconfinar e estava um calor dos diabos, devia ter levado chapéu. Talvez por isso, senti-me completamente desinspirada quanto às compras, vai ser massa com molho de frasco 2.0 esta semana. O chinês reabriu, pude comprar purpurina vermelha e havia um elástico estreitinho, fantástico para as moças.
A insdisciplina geral quanto às máscaras e distanciamento social continua, a minha preferida do momento, são aquelas pessoas que se aproximam do outro e puxam a máscara para baixo para conversar melhor. Já me cansei de refilar, simplesmente fujo das pessoas.

15 maio 2020

Semana #9 - Secção Almada





E agora, algo completamente diferente!

Então esta semana #9 do isolamento trouxe uma novidade imparável, nunca vista e totalmente imprevisível que passarei a apresentar-vos: em plena pandemia covidiana, fui parar ao hospital!

Acordei a sentir-me com falta de ar e uma dor horrível nos costados. Já tinha acontecido antes, mas desta vez fiquei em pânico: teria covido? Não teria covido? Liguei para a Saúde 24. Atenderam logo. Depois de mil perguntas (será que você está grávida?) encaminharam-me para o Garcia da Orta. Fui sozinha: ninguém me poderia acompanhar nesta viagem ao âmago do funcionamento hospitalar da cidade de Almada. Chegada à triagem, quase morta, fizeram-me de novo mil perguntas (você sofre de ansiedade?). E depois levara-me para a secção dos covidos e fecharam-me numa sala.

Uma sala que não abria por dentro.

Esperei algumas horas, sentada numa cadeira castanha que não tinha nada de confortável. Olhei para o meu telefone. Li o meu livro: "O Elixir da Imortalidade", um livro sobre a história da família Spinoza e sobre a Cabala Judaica. Adormeci um pouco.

Depois vieram buscar-me para fazer um raioxis. Segui em procissão com mais uns velhotes, ainda quase a morrer de falta de ar. Vi os internados das urgências, todos com ar de estarem mais para lá do que para cá, o que não era de admirar. Raixizaram-me com todas as componentes de segurança e higienização. E devolveram-me à sala isolada, onde esperei mais algumas horas.

Foi então que ouvi alguém a gritar.

"Ó FÁXABORI!"

E continuou a gritar até ter morrido, porque de repente se calou.

Finalmente apareceu alguém: vinham tirar-me sangue e fazer o teste do corona. E, devo dizer-vos, caros pós calypsicos, não recomendo o teste do corona a ninguém. O procedimento é simples: colocam-vos um cotonete gigante no nariz e espetam-no cá atrás, no cérebro. Nos dois narizes. Depois na garganta. Dói horrores e não compreendo como na televisão parecem todos felizes a fazer o teste.

De seguida levaram-me para uma salinha isolada, só com uma cortina e uma cadeira, em tudo semelhante às do cacilheiro. E aí aguardei mais umas horas, mas desta vez com uma médica (toda protegida em algo semelhante a um preservativo de astronauta) a dar-me medicação para eu poder respirar e viver.

Conheci vagamente os outros doentes... O senhor Isidro, que esteve o tempo inteiro a tentar fugir. A dona Francisca, que tinha sido abandonada ali pela filha. Histórias um pouco tristes, mas o staff médico e enfermeiro todo bem-disposto e a falar com todos cheios de alegria.

Mandaram-me embora à meia noite e meia. Ainda não sei se tenho corona: se tiver o teste positivo ligam-me até Sábado. Se não, não me ligam. Enfim, por causa disto não posso ir trabalhar, porque tenho de estar em isolamento pelo menos até saber o resultado do teste (ou não o saber e, consequentemente, este ser negativo)

E foi assim a Semana #9 da Secção Almada. Props para o staff do Garcia da Orta, que apesar de me ter feito esperar tempos infinitos até à loucura do isolamento, me tratou de forma excelente e descobriu logo que afinal não tenho cancro: tenho asma.

Te amo... No! Te asmo!

14 maio 2020

Semana #9 - Secção Alameda/Areeiro


Não tenho WiFi na casa de banho

A batcave, sem os beneficios, é um bocado para o comprido e, quando pus banda larga, por consequência WiFi, pus no quarto, onde já estava o outro modem, que é na "ala" oposta à casa de banho. Resumindo, com 2 paredes antigas e grossas pelo meio, não tenho WiFi na casa de banho. Porque é importante? Porque há momentos em que uma pessoa precisa de entreter-se e coisas como revistas ou banda desenhada são o ideal porque podem ser divididos em porções curtas. No Pó Calypso são a única coisa que ando a ler... em papel. Já tinha um Tio Patinhas (na realidade não é um Tio Patinhas, é um Hiper Disney, mas Tio Patinhas é o termo genérico que a minha geração adoptou para banda desenhada da Disney com os patos) quase no fim, e portanto tinha de arranjar mais coisas. Prefiro pequenos formatos, pois não tenho muito onde por revistas sem as estragar e então decidi ler um livrinho que trouxe de Bristol, o Gear Guide, um pequeno guia, publicado originalmente em 1967 (o meu é uma reedição de 2013), das lojas de roupa da Swinging London. O livro é uma pequena delícia retro, com algumas ilustrações, e é realmente um guia detalhado das lojas de Carnaby Street e Kings Road, incluindo detalhes como o tipo de roupa, qualidade e preços. Ainda me lembro de quanto vale 1 Shilling, ainda circulavam nos anos 80, mas 1 Guinea já é demasiado antigo para me lembrar. Ainda tem uma introdução com a contextualização histórica das primeiras boutiques para a gente nova da época. Agora que já acabei o Gear Guide, fui buscar os Diaboliks, BD italiana que colecciono, que queridos amigos, a quem muito agradeço, me trouxeram de Itália no ano passado. Já li dois e estou a começar outro. Dá-me imenso gozo ler aquelas aventuras rocambolescas em italiano e adoro o estilo dos desenhos.

Esta semana andei às voltas com a burrocracia e uns serviços académicos do século passado da ESTC, mas já tenho os documentos que precisava, em formato digital, que é o que realmente importa.
Também tenho andado ocupada com algumas tarefas gráficas no outro computador, vou fazer uns testes a um plano que tenho há algum tempo, se funcionarem, vou por uma nova mini colecção para as Blythes cá fora. Entretanto continuo com a cama, que já só precisa de umas 2 demãos de tinta, e em modo Mod Star Wars. Quando engreno em algo criativo como isto, costumo andar em modo brainstorm constante e estava a fazer-me imensa confusão não ter ideias nenhumas para as poucas personagens principais femininas de Star Wars. Mas entretanto finalmente veio-me uma ideia para a Leia, que já está feita, que cuspiu cá para fora uma Amidala, que também já está pronta. Em progresso ainda estão os droids (R2-D2, BB-8 e D-0) e o Chewie, mas também já ando a cogitar o Han. A Rey, o Kylo e os Stormtroopers é que ainda não surgiram, mas tenho muitos para fazer até lá.
Quero ver se agora mudo um bocadinho de registo e volto a pegar no cosplay da Hokuto. Não é que tenha grande pressa, pois provavemente já só o vou usar no Photoshoot do próximo ano, que os eventos foram cancelados e mesmo que não fossem, não tenho grande vontade de arriscar ir a algum. mas como a máquina de costura pifou e vou costurar pelo menos parte à mão, é melhor ir recomeçando, que a quarentena não dura para sempre.

Continuo a não ligar o PC à TV, mas esta semana a FOX repôs a série War of the Worlds e finalmente comecei a vê-la. Não tinha gravado os primeiros episódios. Também tenho andado a ver a série portuguesa A Espia, Arrow e a rever o MacGyuver. Tenho visto uns filmes na TV, mas nada digno de nota, excepto que a SIC finalmente deu o Contagion, que tinha dado há relativamente pouco tempo, pois foi quando vi o filme a primeira vez. Os paralelismos com o Covid-19 são inevitáveis, mas o governo americano porta-se sempre super bem nos filmes de Hollywood.

Desta vez alarguei a ronda da semana, fui passear, sim, passear, ao Saldanha. Primeiro passei à porta da Junta de Freguesia, pois andavam a pedir caixas de ovos vazias, e bati com o nariz na porta. Foi tudo para a reciclagem. Temos pena. Os correios já estão abertos à tarde, o que é um alívio. Depois de ir ao correio, subi a Alameda do outro lado e fiz o caminho que costumo fazer a pé para ir ao Saldanha: Rovisco Pais, Arco do Cego, Praia da Vitória, Saldanha. Estava fresco e a prometer chuva, quando cheguei à Praia da Vitória começou a chover a sério, já não chegavam a parka (como gosto da minha parka!) e o guarda-chuva, abriguei-me debaixo da mão gigante do Evolution. Aliás, que tempo é este em Maio? Por mais que me saiba bem, não deixa de ser estranho.
Fui à Tiger, acho que a primeira de Lisboa a reabrir, e soube tão bem! Trouxe umas coisinhas que precisava, pauzinhos compridos (para a cama), uma caixa de arrumação (o calçado das moças nunca mais acaba), um tubo de cola de batom, um filtro para o ralo do lava loiça, e outras que não precisava, uns óculos escuros laranja lindos! O Monumental foi todo esventrado, só ficou o esqueleto. Não tenho grande amor por aquele edifício, tinha pelo antigo Monumental, mas fiquei curiosa com a metodologia e dimensão das obras! Desci parte da Avenida da Republica, constatei que o Saldanha e a Avenida da Republica estão muito mais sossegados e ainda está quase tudo fechado, que aqui no Areeiro e Avenida de Roma. Será que é porque mora menos gente por ali? Na zona do Arco do Cego e Bairro do Arco do Cego, também estava tudo um sossego, excepto 1 ou 2 grupinhos de adolescentes (numa razão de 1 para 4 com máscara), mas ao regressar à Avenida de Roma, era a vidinha de sempre e trânsito suficiente para ter de atravessar nos somáforos. A propósito de máscaras, cada vez dou mais razão aos argumentos da Ministra da Saúde para não as recomendar, as pessoas não as sabem usar e, usando, ignoram completamente o distanciamento social. Fui a três supermercados, o Minipreço e o Auchan com controle de entradas, mas no Continente é a lei da selva, entra quem quiser e ninguém respeita o distanciamento, mas desta vez ao menos tinham gel à porta. Encontrei um conhecido na secção dos queijos. Acenámos.
Soube tão bem a chuvinha! As rondas vão passar a ser mais alargadas.

08 maio 2020

Secção Almada - Semanas #7 e #8





Estou em crer que as máscaras cirúrgicas cheiram a cócó

Voltei a andar de transportes. É um alívio. Já terminei um livro sobre o serviço de cardiologia de um hospital na Flórida, chamado "Mulheres de Branco". Até aprendi um novo método de retirar toxinas do sangue. No entanto, hoje esqueci-me da máscara mágica que fiz e a segurança da estação da Fertagus obrigou-me a ir comprar uma nova. E cheirava a cócó.

Os autocarros mudaram os horários e mudaram o sítio onde param. Hoje um senhor gordo, com grandes nádegas peludas saindo da calça de ganga, veio a correr perguntar se o autocarro parava ali. Deixei-o sentar-se, porque parecia prestes a ter uma apoplexia, e expliquei-lhe onde o autocarro parava. Pareceu não compreender. Depois sentou-se à minha frente no transporte e pareceu-me cheirar ainda pior.

Falando em máscaras, gosto muito das pessoas velhotas que a usam debaixo do nariz, para poderem respirar melhor, mas gosto especialmente das pessoas velhotas que a usam dentro do bolso da camisa. Parece que agora, como usamos máscaras, o sentido de distância social desapareceu. As pessoas chegam-se a mim e algumas tocam-me, o que me perturba. Para não sentir o cheiro da máscara passei a andar no trabalho com uma viseira, que ofereceram de um distribuidor de medicamentos. Sinto como se tivesse à frente da cara o vidro de um óculo gigante.

Voltei às aulas de costura, mas não tenho tecidos para fazer partes novas do meu projecto. Estou ansiosa por voltar a Lisboa para ver os tecidos, mas considerando que não posso ficar a fazer sala num sítio qualquer a ver a vista, por outro lado também não me apetece. O que estou ansiosa para fazer realmente é reunir-me com as pessoas que aprecio no meu quintal, que se tem estado lá tão bem com este sol de Maio.

Começamos a ver a série "Sete Palmos de Terra", com 20 anos de atraso. Estou a adorar, é muito divertida e fala da morte, que é um assunto que me interessa.

A minha tosse está todos os dias pior. Ou é corona ou é cancro. Espero que seja corona.

06 maio 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #8


Estou a adorar todas as possíbilidades criativas deste Pó Calypso. Começou com o espanhol a ir por o lixo à rua, vestido com um fato insuflável de Tiranossauro, uma junta de freguesia (já não me lembro qual) a vestir os funcionários (do lixo, entregas e afins) com fatos de super-heróis, a cosplayers a irem às compras em personagem, um moço que conheço usou uma máscara de gás, e por aí em diante. A última foi de um grupo de artistas berlinense, Plastique Fantastique, que criou um capacete-bola transparente, para usar enquanto estiver vigente a proibição de circular nos transportes públicos, sem proteger a boca e o nariz. Parece que de repente, mesmo o português mais conservador e pequenino de pensamento, passou a tolerar "maluquices", nem que seja para descomprimir. Pessoalmente, só não vou às compras em cosplay porque a maioria dos fatos são de alta manutenção e sinceramente não me apetece ter de andar a tratar deles, isto é, desinfectá-los, quando chegar a casa. Já para não falar no desconforto. Aliás, tenho cá três (dois, que entretanto tratei da Non) para limpar e arrumar como deve ser há meses x_x. e também não tenho personagens conhecidas, o impacto não seria o mesmo.

Posso não estar a tratar dos cosplays, mas dei um trato na minha prancheta, fiel companheira e mais velha que eu. Dei-lhe uma lixadela e passei-lhe óleo de cedro. Não está como nova, precisa de uma lixadela maior, mas lá voltarei.

Esta semana voltei ao Lidl, o cappuccino já tinha acabado e dava jeito mais uma ou outra coisa que costumo comprar lá. Apesar de as ruas estarem "business as usual", mas com aparadores de queixo, em vez de máscaras, o Lidl estava mega sossegado, mais ainda que na minha visita anterior.
Mas as pessoas continuam a não cumpir o distanciamento social e, com o aumento da população na rua, os stresses multiplicaram-se. Os mais frequentes continuam a ser: pessoas têm um passeio largo, pessoa A chega-se para a direita porque se vai cruzarr com pessoa B, pessoa B chega-se para a sua esquerda, quase esbarrando com pessoa A. E se se diz alguma coisa, o argumento é eu não estar a usar máscara, na rua (só é obrigatório em espaços fechados e transportes públicos), com passeios largos, onde passam normalmente poucas pessoas x_x Mas também vi bastante mais polícia na rua a fiscalizar a malta.

Aqui em casa pinta-se uma demão de tinta na mini cama Stuva por dia e faz-se roupa de cama. Para já foi só almofada, edredon e respectiva fronha e capa. Tenho de ver tecidos para fazer pelo menos um lençol de baixo. Também ando a costurar umas coisinhas para as moças, às fases (incluindo continuar os vários Mod Star Wars que tenho em progresso). Tenho coisas para fazer no outro PC, provavelmente vou atacar ainda esta semana.
Fiz uma pausa nas séries, pois a cama exigia muito a minha atenção e lixar faz barulho, fiquei-me pelas novelas e pela Rádio Oxigénio (102.6), que tem andado melhor durante o Pó Calypso. Esta semana devo voltar.

Andava a cogitar ir à Baixa e ver o rio, a pé, na próxima sexta, mas entretanto pensei que não vale a pena, metade das lojas onde preciso de ir ainda devem estar fechadas, vou esperar pela próxima fase do "desconfinamento" (que palavra mais ridícula ^_^;). São 3 freguesias de distância, tem de valer a pena!