20 setembro 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #27


Turbilhão

Mal tive tempo para ressacar dos festivais e já estava a ser atirada para um caos covidico-universitário. Tivemos uma primeira aula de apresentação por Zoom, pela directora do curso e o reitor da faculdade e, resumindo, por causa das instalações serem relativamente pequenas e antiquadas, o edifício é do séc.XIII, dividiram as turmas da licenciatura e mestrado pelas diversas salas e nós, do doutoramento, que somos menos, ficámos com o que sobrou e ainda não está tudo definido. Em cima disso, passei uma tarde inteira a preencher uma série de formulários, a maioria muito pouco intuitivos, espero ter preenchido tudo como deve ser... Espero também que em Outubro já haja alguma consistência até para poder tentar arranjar um trabalho, e que tenha o cartão de estudante para aproveitar os descontos. Para já vou tentar ir ao máximo de aulas presenciais possível e esperar que corra tudo bem.

Entretanto estive a ajudar numa mudança de casa, coisa que nunca é fácil para mim, e, com a idade e a inércia covídica, vai ficando também fisicamente mais cansativo. Mas está quase tudo feito, agora também tenho mais disponibilidade para ajudar e as novas instalações são muito simpáticas.

O tempo também já está a colaborar e chegou uma chuvinha outonal, mesmo que com uma temperatura ainda alta, que é muito bem-vinda! Espero receber logo, preciso de arranjar sapatos e algumas peças de roupa básicas.

Na TV terminei de ver os The Durrells, que é daquelas séries que vou ter pena de ter terminado. Como brinde, a BBC produziu um pequeno documentário a contar o que lhes aconteceu depois dos tempos em Corfu, grande parte da informação já sabia, mas foi bom ver com imagens associadas.

15 setembro 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #26

The Horror!
Um dia de pausa entre festivais, que acabou por ser 2 em parte por distracção, fez com que não me preparasse convenientemente para a maratona que é o MOTELx. Felizmente tinha ingredientes em casa para fazer salada de feijão frade com atum, que serão os meus jantares, ou parte deles. Os almoços estavam mais ou menos controlados, mas vou ter de fazer compras às mijinhas antes de ir para o São Jorge.
Apesar de o IndieLisboa ter corrido com imensa tranquilidade, o MOTELx está a deixar-me ansiosa. Aquelas multidões habituais não são nada bem-vindas, e não saber se vou ter bilhetes ou não poder escolher o lugar, são pequenas coisas que agora não posso controlar, as quais me fazem sofrer por antecipação. Como no ano passado, vou tentar tirar o melhor proveito possível do festival e conviver com algumas das minhas pessoas preferidas <3

O MOTELx 2020  terminou. Foi bastante divertido e, como previa, a melhor parte foi poder ver caras amigas após meses (tantas saudades!), e ainda apanhei uma barrigada de filmes. Foi a primeira vez desde Março que entrei numa sala de cinema (a última terá sido no CinePop?) e senti-me muito mais segura nas salas do São Jorge e imediações que nos 20 e tal minutos de percurso de Metro, que inclui uma mudança de linha. A propósito de Metro, parabéns ao DJ de serviço, numa só semana reparei em canções dos Joy Division, Rock the Casbah, dos Clash e Franz Ferdinand! Nunca pensei! E a máscara tem as suas vantagens, podemos trautear as músicas com mais descrição :D À noitinha os grilos embalaram os meus regressos a casa, que variaram entre ir a pé, até ter boleia.

Este ano, por causa das medidas sanitárias, não houve praticamente decoração nenhuma no MOTELx e senti falta do lounge no estacionamento. Nesse local instalaram umas barraquinhas a vender merchandise oficial do MOTELx e livros, mas tentei não olhar muito para lá, o orçamento está pequenino, pequenino. Mas, entre as casinhas, os arbustos, a guirlanda de luzes e as letras iluminadas a dizer MOTELX, parecia mais uma feira de Natal antecipada (I cannot unsee! XD). Quanto a filmes, para além de alguns clássicos, que aproveitei para ver em sala, cada vez há menos filmes mesmo assustadores e os estilos que gosto mais, sobrenatural, filmes de sugestão ou ultra kitsch, eram poucos este ano. Gostei imenso do brasileiro Macabro, dos que vi foi mesmo o melhor de todos, gostei bastante do Relic e ainda vi mais uns quantos decentes, mas que não me entusiasmaram. Maus filmes não vi nenhum. Bom, talvez o Grizzly II, mas sempre deu para rir de vez em quando e era curtinho.
Houve dois temas mais ou menos transversais: casas e intrusos. Três filmes com o título "intruso", uma longa vintage (do Corman), um recente e uma curta portuguesa. Os das casas eram o Relic, o Amulet e o People Under the Stairs. Talvez houvesse mais, mas não me consigo desdobrar em duas e este ano quase não vi sessões antes das 18h.

Neste interregno, andei a stressar por causa do início das aulas, não havia informação nenhuma para além do início oficial a dia 15, mas já tive notícias da faculdade, a primeira aula será em Zoom e já instalei a cena. A vantagem é que posso estar descalça, estou com as sandálias todas a morrer...

Vi pouca coisa na TV, mas vi o filme Black Panther, não é mau, é muito bonito, a história é boa, tem bons actores, mas também não achei nada de surpreendente. E comecei a ver a 4ª e última temporada dos The Durrells. Tenho de arranjar os livros do Gerald e ler a Trilogia de Corfu como deve ser.

08 setembro 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #25


Civismo
Na semana em que uma série de gente conservadora assinou um manifesto contra as aulas de Cidadania nas escolas -- choque! tenho 90% de certeza que um deles foi meu colega na primária! -- concretamente para a possibilidade de objecção de consciência para as mesmas, constato, nas minhas idas e vindas para o trabalho e pontuais passeios pelo centro da cidade, que essas aulas fazem muito mais falta do que parece. As constantes faltas de respeito e de civismo com que me tenho deparado diariamente nos transportes públicos, nas ruas e nos acessos ao meu local de trabalho são chocantes. Mais ainda à luz de todas as novas regras de socialização impostas pela pandemia. Também detesto andar de máscara, sobretudo com esta caloraça, mas tentei tirar partido disso, fiz as minhas máscaras, coloridas, divertidas, e uso-as sempre que necessário. Detesto não poder abraçar os meus amigos, de quem tenho imensas saudades, mas fico contente por não ter gente colada a mim no metro. Mas... continua a haver pequenos incidentes, que noutras circunstâncias ninguém daria importância (eu dava, mas sou esquisita), mas que se uma pessoa chama a atenção para elas, sei lá, má colocação da máscara, sentarem-se ao nosso lado, quando há lugares vazios nos transportes, encontrões, etc. anda por aí muita flor de estufa ofendida e nós é que somos as aves raras x_x
E já reabriu o átrio Norte da estação do Areeiro, há cerca de uma semana, mas só o estreei nesta. Está bonitinho e mantiveram os azulejos da Maria Keil. Mas questiono sempre o uso de um material tão liso e polido como o liós nas escadas. Ao menos as tiras reflectoras podiam ser de um material com mais atrito.

No trabalho tudo tranquilo e um pó calypso controlado. Álcool gel por todo o lado, uso de máscaras nas áreas interiores, respeito geral pelas regras de higiene e segurança. O trabalho tem-se desenrolado com imensa calma e nada da adrenalina e stress típicos. Mas sair de casa todos os dias custou um bocado, fisicamente ao início, devido à inércia dos últimos meses e o calor insuportável. Agora, que o meu corpo já está a habituar-se à rotina, veio o cansaço mental, já só quero estar fechada em casa. Pelos vistos a interacção social também precisa de exercício, senão torna-se mais cansativa. Mas, por outro lado, estou muito contente por finalmente encontrar muitos dos meus, amigos para a semana no MOTELx!
Tenho andado a stressar com as coisas da faculdade, não está quase nenhuma informação online, os formulários da área do aluno são pouco claros e, ao fim de 5 dias, ainda não me responderam ao email a pedir a confirmação das coisas.

Na TV, tenho visto o novo Masterchef Australia ao almoço. Vou sentir sempre a falta do Matt, do Gary e do George, mas esta temporada de transição está a ser fixe e temos o sotaque Glaswegian do Jock para compensar. Terminou e muito bem Marvel's Agents of S.H.I.E.L.D., em vez de dedicarem 3 ou 4 episódios a um final escrevinhado à pressa, onde toda a resolução está no último episódio, toda a última temporada foi escrita em redor do final, com um enredo digno de Doctor Who, sendo o desfecho plausível, interessante e muito satisfatório. E vai estrear a 4ª temporada dos Durrells, a 2ª de Twilight Zone e repôs a Galactica original.

30 agosto 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #24


De volta a uma rotina quase normal
Esta semana comecei a trabalhar, presencialmente, no Festival IndieLisboa, adiado de Abril/Maio, por causa do pó calypso, para agora, Agosto/Setembro. Estava um pouco apreensiva quanto às questões de segurança no primeiro dia, mas li o briefing do festival uns dias antes e a equipa do Sâo Jorge não se poupou a esforços nesse sentido. Nos dias seguintes já fui trabalhar com alguma tranquilidade. Se não fosse a caloraça, estava na maior.

Em geral tenho ido trabalhar de metro, linha vermelha > linha azul, e como não há turistas, o metro também tem sido um descanso relativo. E há dispensadores de álcool-gel no metro! Estão é bastante escondidos e não há muitos, parece que é para não se gastar. E já vou a meio do Something Wicked This Way Comes!
Como tenho tido mais tempo que o costume, o festival está com as sessões mais espaçadas, portanto tem menos sessões, tenho aproveitado um bocadinho para passear. No outro dia dei um pulo à Baixa e, na ida para cima, resolvi comprar qualquer coisa para lanchar no Pingo Doce da Baixa, o único supermercado nas imediações. NEM TÃO CEDO PONHO LÁ OS PÉS! Desde Março que nunca me senti tão insegura num espaço fechado, a raiar o pânico. Aquele supermercado, em circunstâncias normais, já é o que é, um horror, acho que só superado pelo Pingo Doce do Cais do Sodré, mas pensava eu que a gerência do supermercado tinha tomado medidas anti-Covid, mas pelos vistos estão-se a cagar! Gel à porta? Não. Lotação controlada? Não. Respeito pelo distanciamento social? A configuração do recinto não ajuda, mas os clientes também se estavam marimbando. Caixas rápidas e todas a funcionar? Não. Para além de ter esperado uma eternidade para pagar 2 produtos, tive um pequeno stress enquanto esperava, por uma criancinha francesa que só não veio contra mim porque eu fugi. Sim, estava apinhado de turistas. Aliás, desta vez a Baixa parecia quase normal, já não senti aquela tranquilidade dos anos 80-90, mas, pelo lado positivo, o único ciclista que se cruzou comigo na Rua do Ouro, ia no asfalto! Foi uma primeira vez, aliás não percebo a insistência dos ciclistas em andar no passeio na Rua do Ouro... Não é que o trânsito na Baixa seja perigoso. Não é! Por outro lado, na Avenida da Liberdade, é só ciclistas em cima da calçada histórica, com ciclovias assinaladas nas vias laterais.
Ah, pessoas nos estabelecimentos, sobretudo centros comerciais, que assinalem melhor os novos horários e as entradas que estão a funcionar e as que não estão, por favor! Quase todos os sítios a que regressei esta semana tive algum problema com falhas do género.

Filmes esta semana, só do IndieLisboa, mas passou As Recordações da Casa Amarela, um Godard e Extinção, de Salomé Lamas, nas RTP-ses, pus a gravar para ver quando tiver um pouco mais de tempo.

24 agosto 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #23

 

Preparando uma maratona de trabalho
Esta semana tem sido dedicada quase inteiramente a trabalho, em casa, e a tratar de coisas para o início do ano lectivo. Fiz um reajuste da metodologia de trabalho caseiro, que tinha mudado e dispersado um bocado quando o portátil estava vivo.
Resumindo, como já não faço tudo numa única divisão, voltei a ter turnos um pouco mais disciplinados de trabalho, com a ocasional curta interrupção nas redes sociais, através do telesperto. Acompanhada pela minha garrafinha de água do Diabolik, a mini ventoinha e mp3 a gosto, quando não preciso do áudio para trabalhar, faz-se bem. Normalmente oiço a Rádio Oxigénio, mas como este PC é velho, não quero abusar da memória e largura de banda, ao por a rádio a tocar. O link que tinha no Media Player já não deve existir, não funciona. Já não estou é habituada a estar muitas horas sentada na cadeira de escritório. A cadeira é confortável, mas as minhas costas habituaram-se a estar refasteladas no sofá :'D

Nos intervalos, tenho andado a preparar-me para a maratona de mais de 2 semanas de festivais de cinema: lavar a roupa, organizá-la, remendar alguma coisa que esteja a precisar de manutenção. Comprar fruta no supermercado para levar e ter o arsenal de máscaras a postos. Reorganizar a mala.
Estou ligeiramente ansiosa por enfrentar o mundo lá fora, mas as medidas de segurança parecem-me razoáveis e a carga de trabalho vai ser muito menor que o costume, portanto não corro o risco de ficar com o sistema imunológico em baixo ou estoirada. E vai ser bom ver mais caras que a família ou as senhoras do supermercado.

Já terminei de ler o Heart of Darkness e comecei a ler Something Wicked This Way Comes, de Ray Bradbury, mesmo a tempo de celebrar o seu 100º aniversário, dia 22! E ontem, 23 de Agosto, teria feito 50 o River Phoenix :'(
Na TV só tenho acompanhado as séries de antes, estou quase a terminar o MacGyver, comecei a ver a nova edição do Masterchef Australia (foram espertos, fizeram uma temporada de transição, para as saudades dos 3 apresentadores originais não serem tão grandes) e para a semana começa a reposição de Battlestar Galactica. Já não revejo a série desde os anos 90, vai saber bem!

14 agosto 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #22

A memória mecânica é uma coisa curiosa
Usei o PC coxo, de onde escrevo agora, muito mais tempo que o PC que morreu. É engraçado perceber como a memória mecânica das minhas mãos a teclar ainda está neste PC e não no outro, que utilizava muito mais, desde que o comprei. Resumindo: teclo muito mais depressa neste, que ainda por cima ainda tem a opção NUM PAD, que me permite inserir caracteres diferentes ☺ Agora é relembrar-me dos códigos dos que usava mais, que desses esqueci-me.Também tenho de criar uma nova rotina, pois este PC é coxo porque há uns anos o ecrã deixou de funcionar. Felizmente ainda tenho o monitor do meu antigo desktop, já morto e esventrado para peças, e pude ligá-lo ao monitor. O chato é que perdeu a portabilidade, acho que nem consigo ligá-lo à TV para ver filmes, snif :'( Tenho de fazer a experiência um dia destes, mas acho que não tem saída HDMi. Só hoje comecei a actualizar certas coisas neste PC, para o poder usar para trabalho e afins.

Esta semana fui de autocarro visitar o meu pai e correu tudo de forma tranquila. O autocarro que apanho, quase directo, ia quase vazio e na volta estava nas mesmas condições, mas evitei a hora de ponta. Tentei fazer as fotos da Lonesome Cowgirl, mas de todas as semanas que poderia ter escolhido para o fazer, tinha de escolher aquela em que ficou mais fresco e o por-do-sol era em tons de azul e cinzento. Nada de laranjas e cor-de-rosa. Vou fazer a sessão amanhã cá em casa, até já fiz um cacto em feltro para compor a paisagem. Estou quase a terminar o Heart of Darkness, "The Horror! The Horror!" Amo a escrita do Conrad, tenho de ler mais livros dele.

Almocei fora (sem contar com a ida à IKEA) pela primeira vez, num restaurante, como manda o figurino. Pizza :9~ Mas envolveu uma luta com o dispensador de gel, que o dispensava em todas as direcções menos as mãos. x_x Começo também a achar que há muito gel aldrabado em muitas lojas e afins...
Esta semana fiz as compras no Lidl, fui a pé e voltei de comboio. Também foi tranquilo e já não me canso tanto, como antes. A descida de temperatura contribuiu, mas também ando a mexer-me um bocadinho mais.
Também já ando a organizar a logística cá de casa para o trabalho no IndieLisboa, mas este ano vai ser super calminho e vou ter montes de tempo livre, por comparação.

Por uma certa inércia, só tenho visto filmes e séries na TV, portanto não tenho grande coisa a acrescentar.

09 agosto 2020

Secção Alameda/Areeiro - Semana #21

Casa, autocarro e estudar
Ao contrário da semana passada, esta foi de muitas primeiras coisas em poucos dias. Fui ver a casa para onde alguém próximo se vai mudar, e gostei muito. Depois fui tratar do passe, este mês volto a trabalhar fora de casa, portanto faz falta, e apesar de pequenos obstáculos burocráticos, o atendimento no Arco do Cego foi 5 estrelas e consegui resolver tudo na hora, com simpatia incluída. Aproveitei para fazer as compras na área, no Continente do Arco do Cego também há pão alentejano. No da Avenida de Roma é que pelos vistos foi banido ;_; Também entrei pela primeira vez num centro comercial, concretamente no Saldanha Residence, à procura da nova loja Flying Tiger, já que o Monumental continua esventrado. Só abria no dia seguinte. Fui para casa. Ao chegar, tive a boa notícia: vou voltar a estudar! Era esse o projecto top secret. Agora tenho de arranjar uma bolsa de estudo o mais depressa possível!
Voltei para casa de autocarro, já não entrava num há 21 semanas...

Porque é que, havendo uma ciclovia bestial, à sombra, separada do passeio e da estrada, em toda a rotunda do Saldanha, passaram, no espaço de 30 minutos, mais de dois ciclistas por mim no passeio? E não, não levavam a bicicleta na mão... Sou 100% a favor das ciclovias, sobretudo porque este é um país onde andar de bicicleta entre os carros é o equivalente a andar com o coração nas mãos, mas que aproveitem as ciclovias quando as há, principalmente quando são das boas! Parece que uma colher de civismo ao pequeno-almoço faz mais falta que as ciclovias. Para todos: automobilistas, ciclistas e peões.

A viagem de autocarro foi tranquila, àquela hora, naquele autocarro, à partida deveria ser. Mas fui testemunha da grande falta de civismo de parte da população. Sentei-me naqueles lugares perto da porta e, pouco antes da minha paragem, reparei num grupinho de grunhos do futebol (2 homens e uma mulher) a conviver. Nos homens nada demais, um tinha uma máscara do Benfica, bem colocada, o outro tinha a máscara meio à banda, a fugir do nariz, mas a mulher, sempre que queria reforçar alguma coisa que dizia, repetia puxando a máscara para baixo. Fez isso várias vezes. Estive quase a dizer alguma coisa, mas a sensatez e o alarme anti-grunhos soaram e dediquei-me a sair do autocarro e dirgir-me a casa.

Foi um dia confuso, um misto de alegria, a tratar das burocracias do ensino superior, e a tristeza que é a perda da actriz e encenadora Fernanda Lapa. Cruzei-me com ela em três tempos da minha vida e sempre gostei dela. O primeiro foi em criança, numa instituição que a minha mãe partilhou com ela e que mais tarde frequentei. O segundo foi em trabalho e vi nela uma pessoa muito disponível e generosa. O terceiro foi recentemente, como espectadora, a última peça de teatro que vi antes da pandemia foi encenada por ela. O mundo ficou mais pobre, já sobram muito poucos assim.

PS - Sábado, depois de almoço, o meu PC mais novo morreu. Todo o mateiral importante está a salvo no disco externo, mas o PC antigo é isso mesmo, antigo, e já não tem capacidade para muito. Mais uma despesa a acrescentar quando as vacas engordarem um bocadinho:

1. mandar arranjar a máquina de costura;
2. comprar um PC novo, e desta vez decente.